terça-feira, maio 19, 2015

Jogar para não perder ou jogar para ganhar?






Em muitos casos da nossa vida temos de actuar como treinadores. Temos de tomar decisões. Aliás, muitas situações se assemelham a circunstâncias de um qualquer jogo. Jogos de estratégia, jogos de cartas e, por vezes até, os chamados “jogos de sorte ou azar”. O que pode diferir entre eles é a influência que o jogador pode ter no resultado final e a gestão entre a interferência da razão e/ou da emoção. Contudo, é recomendável que ponderemos sobre os prós e os contras. Mas será que o fazemos com a frequência desejável?
Faço esta abordagem depois de recentemente ter presenciado duas ocorrências que podem revelar muitos dos comportamentos que a maior parte de nós tem no dia-a-dia. Começo por um 1º exemplo. Numa faixa lateral de uma avenida relativamente larga e fechada à circulação de automóveis, há uma ciclovia em que, no chão, está bem sinalizada e em cores distintas, aliás como na maior parte dos casos semelhantes, quem supostamente deve ser o utilizador ou utilizadores da mesma. Apesar disso, um destes dias constatei que há muito mais transeuntes a utilizá-la do que o passeio propriamente dito, que lhe é adjacente e que é destinado aos cidadãos para se deslocarem em segurança. Os ciclistas tilintam as campainhas, chamam a atenção, barafustam, mas qual quê! Acontece um pequeno desvio momentâneo para evitar o acidente, mas tudo volta ao normal. Até um dia!
Num 2º caso, estava a almoçar com uma pessoa que havia estacionado o carro perto do local onde nos encontrávamos. Hoje por hoje, como na maior parte dos casos, as cidades estão inundadas de parquímetros. O período pago de estacionamento já se havia esgotado há 15 minutos. Como a pessoa que me acompanhou na refeição não tinha a noção se os níveis de exigência dos fiscais, daquela zona, era muito grande e apesar de habitualmente haver uma menor probabilidade de penalização àquela hora, sugeri que fosse colocar uma moeda de 50 cêntimos para prevenir qualquer percalço. Sempre era mais barato do que ficar sujeito a uma multa! Pois tive de insistir para que a pessoa se decidisse a fazer algo. Não se passou nada de desagradável, mas entre a noção de que poderia estar sujeito a um dissabor e a tomada de decisão, passaram sensivelmente 15 minutos! O tempo suficiente para um qualquer agente providenciasse uma prendinha.
Estes casos são meros exemplos do tipo de comportamentos que, todos os dias, a generalidade das pessoas têm. Em algumas circunstâncias os resultados podem ser, mais ou menos, negativos; noutros as consequências podem ser positivas por mero acaso. São aquelas em que ouvimos “tive cá uma sorte!”. Já reflectiu sobre a frequência e intensidade com que este tipo de acontecimentos têm lugar na sua vida? Será que, na maioria dos casos, sai “a ganhar”? E que quantidade de vezes são os outros que têm culpa do que está a acontecer? Que semelhança estes exemplos têm com o que enfrenta quotidianamente, quer na sua vida profissional quer no seu percurso pessoal?
É exactamente para quando este tipo de circunstâncias acontecem que a Mudança foi inventada. Certamente que é muito mais fácil pensar e responsabilizar quem quer que seja pelos factos. Mas o que é que isso adianta? Quando o faz, sente que, na realidade, o assunto ficou encerrado? Ora experimente falar com a emoção que representa o que está a sentir para ouvir com atenção o que ela tem para lhe dizer! 
A escolha é sua, mais uma vez!