quinta-feira, novembro 06, 2014

Segurança?




















  


De uma forma mais ou menos acentuada todos nós, em vários momentos, sentimos a necessidade de ter segurança. Não só ser seguros, mas também estar seguros! Aliás foi este desígnio que fez com que Abraham Maslow nos desse a conhecer, no início do século passado, a sua “Hierarquia das Necessidades” em que este valor aparece imediatamente a seguir às necessidades fisiológicas básicas. Segurança de emprego, da família, da propriedade, da saúde…
Isto leva-nos para as preocupações sobre o que pensam de nós? De questionarmos o sentido do modo como nos tratam? Da maneira como nos consideram? Dos papéis que nos atribuem? Do nosso estatuto? Enfim, um rol de temas cujo impacto advém do espelho social que cada um de nós é, da influência de paradigmas, ideias, opiniões de quem está à nossa volta, sem que atentemos a dedicar-nos a aprofundar a razão de ser das questões. Por vezes, alegamos até falta de tempo como se fosse possível alguém nos ofertar aquilo que não sabemos estimar, mas que a maior parte das vezes tem custos de oportunidade, apesar de distraidamente pensarmos que, mais tarde ou mais cedo se realizará! 

Já alguma vez encontrou alguém que acreditou  nas suas capacidades quando nem você mesma/o acreditava ser capaz? O que sentiu? Que diferença passou a representar essa pessoa na forma de “ver” o mundo? É esta motivação um factor meramente exógeno?  

À semelhança de um equilibrista radical que se arrisca a percorrer um arame metálico que une dois pontos muitos metros acima do solo, também nós nos podemos atrever a sair da nossa zona de conforto ou, antes pelo contrário, mantermo-nos numa zona de segurança que nada de novo nos traz. Aquilo, que por vezes acontece, é que essa sensação é uma mera ilusão, pois quem nos rodeia pode interferir nesse mesmo estado de espírito e, aquilo que aparentava ser segurança leva-nos a questionar se não se tratará do seu oposto! Afinal, o que é a “segurança”? O que representa?   

Tal como ouvimos ou lemos relacionado com um país, há trâmites e preceitos relativos à segurança interna e externa. Sobre esta, a intervenção e atitude acaba, em muitos momentos, por ser de dependência, pois o controlo sobre o que os outros fazem ou deixam de fazer, não depende de nós e, para além disso, estamos “reféns” de uma boa e verossímil informação. Entre nós e a interacção societária, as coisas não serão, provavelmente, muito diferentes. Embora as descobertas científicas permitam, cada vez mais e com maior frequência, sustentar a alteração de paradigmas, há a ideia generalizada que há uma herança genética vinda dos nossos avós, uma influência psicológica dos nossos pais e uma matriz emocional adquirida das nossas interacções sociais com professores e amigos. Mas esta perspectiva pode mudar!

Nesta senda, ligamos pouco à aquisição de competências para definirmos o que pode contribuir para a nossa segurança interior. Em detrimento destas, “distraímo-nos” com os hábitos e crenças herdadas. Os princípios naturais, tal como a própria denominação demonstra, revelam-nos, caso estejamos atentos, uma série de regras que nos orientam e nos remetem para a sabedoria. Os valores individuais são os ponteiros da bússola do nosso bem-estar. Mas, para isso acontecer, temos de saber o que desejamos e o que nos satisfaz! Sabe o que quer ou…. tem de (pode preencher com um qualquer estímulo) ser mais pontual, elaborar uma agenda de compromissos, ter tempo para ir ao médico?