sábado, dezembro 08, 2012

O caboz e o Coaching

          




O caboz é um peixe que vive em águas pouco profundas. Impelido pela tendência para a sobrevivência, durante a maré baixa, vai saltando, com enorme precisão, de poça em poça conseguindo sobrepor-se às dificuldades criadas pelas pedras e rochas e superando-se nas porções secas na procura do recanto que possibilite a sua continuidade no planeta Terra. Como consegue tal proeza? Como se inteira da localização das poças entre as quais saltita e onde estão os pequenos espaços secos que medeiam os charcos se não os vê?
Durante a maré-alta vai vagueando por esses mesmos espaços. É este seu meio ambiente que vai assimilando e interiorizando como o “seu” mundo e que lhe irá servir de mapa.
Inconscientemente, aquando da maré baixa utiliza esta informação como bóia de salvação e arrisca sobre que saliências estão secas e que depressões estão cheias de água.

Serve esta analogia para retratar a maior parte dos comportamentos humanos. Independentemente da herança genética que a todos toca, são-nos transmitidas muitas metodologias que calibram os nossos temperamentos e atitudes futuras. Em muitos casos, acontece que, mais tarde e numa fase mais madura da existência, nos apercebemos que são condicionantes que atravessaram gerações e que até nos parecem contagiosas.

Isto a propósito de esclarecer ao que se propõe a actividade de Coaching. Sendo importante a palavra através da qual se associa uma determinada actividade para que haja uma mais rápida identificação da mesma, não me parece ser de relevância fulcral esta ou qualquer outra nomenclatura, mas antes os resultados que da sua abrangência e transversalidade podem alcançar.

Nas mais diversas fases da vida nos deparamos com diferentes contextos e acontecimentos. Há sempre uma relação causa/efeito em função das condições individuais e externas. Apesar de, em muitos casos, termos a sensação de que já passámos por “isto”, tal não é possível. As já referidas condições, internas ou externas, não se repetem. Ficamos, ou melhor, mantemos essa crença por uma questão de facilidade de resolução de um eventual problema. É mais cómodo! Não dá tanto trabalho! Quantas e quantas vezes, ouvimos “onde é que já ouvi/vi isto?”

Sempre que algo de novo acontece a nossa atenção é desperta, tal como a de um bebé. Mas este cenário só se torna uma experiência realmente vivida, se estivermos presentes. Só conhecerei o que os meus sentidos me dizem de uma determinada paisagem, se a observar, se cheirar as flores, se tocar nos elementos que a compõem. Se alguém me a descrever, o exercício não tem as mesmas repercussões. A relação causa/efeito transforma-se e, como tal, os resultados são diferentes.
É por isso fundamental no Coaching que o coachee (cliente) esteja disposto e receptivo a mudar os padrões comportamentais. Nesta vertente parece ser também apropriado evidenciar as diferentes pretensões entre o Coaching e quaisquer outras iniciativas de cariz aproximado e/ou complementar.

Não há verdades absolutas!

quinta-feira, novembro 29, 2012

A força e dimensão do sub e do inconsciente




Foi durante esta semana que me ocorreu escrever este texto depois de ter programado uma máquina de exercício para 28 minutos. Habitualmente aquele tipo de prática faço-a durante 20 minutos, mas, por distracção, acabei por registar mais 8 minutos. Quando me apercebo, desde logo comecei a maquinar sobre como iria cumprir o que habitualmente é cumprido. Mas, quase como sem dar por isso, dava comigo a criar uma ilusão. Mesmo assumindo que pararia a actividade quando faltassem 8 minutos, foi com insistência que desisti de pensar que programar os 28 minutos e parar o exercício aos 8 não fazia diferença da prática normal.   
Imagine que pensou durante o fim-de-semana que na próxima segunda-feira, 1º dia útil, iria praticar a sua actividade física predilecta. Tal como vem acontecendo ao longo dos últimos anos, este ritual já faz parte de uma prática que se tornou inconsciente. Nem sempre é fácil, pois há dias em que a motivação parece ter desaparecido, mas o nosso querer aliado à força de vontade, desbloqueia a situação.
Mas nem todos já atingiram este patamar. Há pessoas que pelos mais variados (des)motivos se deixam envolver por uma espiral continuada de pensamentos sem consequências activas. Parece que não conseguem ultrapassar o km zero!
Na maior parte dos casos, estamos perante uma questão de auto-disciplina por se tratar de alcançar objectivos pessoais e em que a avaliação e satisfação dos resultados obtidos são estabelecidas pelo próprio. Nesta perspectiva, é bastante relevante o estado psicológico do indivíduo bem como a atenção dedicada a estratégias motivacionais no alcance das metas a atingir. No imediato e, de uma forma inconsciente, o ser humano tende para a inércia no sentido de não despender energias desnecessariamente e obter prazer no mais curto espaço de tempo possível. Há que percepcionar os objectivos traçados num quadro evolucionista em que o esforço dispendido se torna directamente proporcional às emoções positivas pós-exercício. A zona de conforto vai alargando os seus limites e, de uma forma progressiva, vamo-nos sentindo mais capazes!         
É através da formatação e processamento de imagens que o cérebro humano mapeia o meio ambiente envolvente. Com base na reactivação de experiências anteriores, a memória apresenta-nos os diversos cenários pelos quais já passámos relembrando contornos, intensidade, cor, profundidade, dimensões e impacto emocional. São estas mesmas variáveis que se revelam fundamentais quando confrontados com alguma “novidade”. Já há alguma informação que permita ao cérebro algum termo de comparação? Se não, essa nova experiência pode revelar-se assustadora. Mas pode haver sempre outra opção! A de dar entrada em campo o desejo pessoal de superação e de activação e ligação das diversas áreas cerebrais que permitem que os neurónios sejam aliados nesse interesse de romper limites. É utilizando este mesmo tipo de recursos que o ser humano se permite manipular, imaginar e criar novos horizontes e dimensões sensoriais.       
É normal que entre os primeiros 3 a 6 meses de prática de exercício físico haja como que uma tentativa de desgaste, desinteresse, abandono,  pois é esta a média estatística que os estudos abonam. No entanto, às expectativas deverão adequar-se os resultados pretendidos que se deverão sobrepor a um qualquer sentimento de incapacidade ou frustração. Dê prioridade à sua estratégia de mudança através dos seguintes passos:
Ø      Quais os objectivos a atingir?
Ø      Que recursos necessito?
Ø      Quais os benefícios a retirar?
Ø      O que me motiva?
Ø      Planificação da acção para alcançar resultados;  
Ø      Avaliação periódica de resultados;
Ouça música revitalizante, visualize referências pessoais, parafraseie mantras que a/o incentivem, idealize paisagens, concretize cenários, mas faça com que a sua mente transforme o seu corpo numa fonte de prazer em vez de um fastidioso cansaço diário. Aquilo que, de início, pode parecer uma luta interna tornar-se-á num saudável hábito de coabitação mens sana in corpore sano.
Não é o dia a dia uma permanente combinação de utilização dos nossos atributos físicos com espaçadas contribuições da nossa experiência cognitiva? Se assim for, de uma forma inconsciente estamos sistematicamente a praticar actividade física que, na maioria dos casos, nos é “imposta”. Em nome do interesse pessoal dediquemos ao bem-estar pelo menos 1 simples hora num período de 24, numa versão una e coesa de simbiose corpo/mente.  E depois? Depois! É um não mais querer parar….. a criação de um hábito através da repetição sistemática irá patrocinar o que o organismo pede. Se sentir satisfação e relaxamento, apesar do inerente cansaço, porque não dar continuidade a uma actividade que nos integra e dá prazer?
Não se iluda, crescer dói! No pain, no gain. As amarras existem para serem quebradas.

sábado, setembro 22, 2012

Receber/dar ordens

Todos já nos debatemos com esta questão. Habituámo-nos a recebê-las praticamente a partir do momento em que, sem orientações e num afã descobridor, pretendíamos explorar o mundo. Quem não ouviu um sonoro: “não faças isso!”; “já te disse para não mexeres!”. No fim de contas, como é possível perceber o que nos rodeia se não nos abalançarmos à sua exploração? É assim que nos começam a chamar à atenção, de uma forma mais ou menos assertiva, sobre o comportamento que temos.
Depois, inicia-se um percurso académico em que tudo está feito por medida, como se todos nós tivéssemos tido as mesmas origens. Obviamente, o processo de ensino tem êxito relativo se não houver um suporte educacional que compreenda que cada um de nós é um “modelo exclusivo”. Raras são as excepções à reacção inconsciente de lutar e/ou fugir, tal como o mundo animal reage aos estímulos externos quando ameaçado.
Numa fase adolescente, começamos a equacionar como melhor estratégia aquilo que nos foi passado em testemunho, ou seja, pensar que os “outros” nos obedecem por imposição pessoal e tendo como fundamento nuclear a nossa razão. Na sequência deste trajecto, a imitação cognitiva do que nos foi ensinado e transmitido, na maior parte das vezes, revela-se como o motor da generalidade das acções pessoais sem que nos apercebamos dos seus impactos e consequências. É aqui que surgem os conflitos!
Dar ordens não compromete, não respeita, não aparta e não cativa o outro. Tudo o que é feito é reflexo de uma obrigação ou imposição. O valor acrescentado (excepção feita ao imposto cujo nome também integra esta designação) é praticamente nulo. Os resultados reflectem o mínimo possível e exigido. Dar ordens revela-se uma barreira intimidatória ou provocatória para quem as recebe e induz uma necessidade imperativa para quem as origina.
O todo é diferente e superior à simples soma aritmética dos indivíduos. Há que recorrer à inovação, à criatividade, à experiência de cada um. Mas, mais que isso, é importante perceber que cada de um nós tem recursos indissociáveis e específicos que, se potenciados, nos podem catapultar para acontecimentos espantosos. Como? Tendo em consideração competências e capacidades pessoais, na certeza que promovendo estes factores a auto confiança se torna um alicerce nuclear para o êxito individual e, por acumulado, objectivos colectivos de monta.
Ao atendermos que as valências e os interesses alheios são tão importantes quanto os nossos, estamos muito certamente a informar os outros que depositamos neles confiança para que possamos alcançar conjuntamente resultados comuns e satisfação colectiva.
É imperioso compreender a perspectiva dos outros para, da melhor forma, poder corresponder aos seus anseios. O comportamento dos que nos circundam é tão válido quanto o nosso e, de certeza, corresponde aos seus desejos.
Gosta de ter razão? E de dar ordens? Se sim, como se sente?

sábado, agosto 18, 2012

Comunicar





Não há como não comunicar! Mesmo quando não respondemos a mensagens, estamos a comunicar. Quer queiramos, quer não estamos a “passar” uma mensagem. Até através da linguagem corporal emitimos os mais variados “sinais” sobre o nosso estado de espírito. Curiosidade: quanto mais longe do centro cerebral está a zona emissora dos reflexos fisiológicos, mas autênticos eles se revelam. Menor interferência e controlo cerebral existe. Quando pretendemos disfarçar qualquer sensação menos agradável não é a face o nosso primeiro cuidado? Por isso, são os membros inferiores aqueles que melhor traduzem a linguagem pessoal não-verbal.   

Neste tipo de circunstâncias comunicacionais e enquanto propulsores verbais ou redaccionais, sujeitamo-nos a ser incorrectamente interpretados. Quando interagimos, enquanto emissores, temos sempre a intenção de influenciar um ou vários receptores. Utilizamos palavras que reflectem uma determinada conotação com as nossas crenças/hábitos e, menos vezes, com os nossos pensamentos . Estas expressões estão impregnadas de significado e sentimento, e são estes mesmos paradigmas que as palavras que proferimos pretendem espelhar.
Mas, a maior parte das vezes, não realçamos as emoções do que dizemos, mas antes, tomamos a frase ou discurso como um todo, em que a única intenção é transmitir ao receptor qual a nossa pretensão ou opinião sobre um determinado assunto. Comunicar é um verbo! Como todos, reflecte uma acção. Quem a praticou? E quantas vezes responsabilizamos o receptor pela ineficácia conseguida na nossa acção, já para não falar nas críticas veementes que endereçamos. É importante perceber que, para além da vertente sentimental que as palavras carregam, elas têm um significado. E não poucas vezes e até nos assuntos mais importantes, esse significado diverge de pessoa para pessoa consoante a sua realidade do mundo que a rodeia. E quanto aos critérios emocionais, provavelmente, as divergências ainda são maiores. 

Há sempre uma linha que separa o estímulo da reacção e que a pode transformar em acção, ou seja, uma resposta consciente. 

Podemos até pensar que a mensagem que lemos, enquanto receptores, não tem resposta. A questão é que, se alguém nos remete uma mensagem, não pretenderá uma resposta, uma opinião? Raras são aquelas que são meras informações com o único objectivo de pura e simplesmente dar sequência a um testemunho que decorre de um qualquer pensamento/suposição e que, pretensamente, vai auxiliar/interessar a alguém. A título de exemplo, bem recentemente me lembro de ter enviado um alerta para alguém que vive no estrangeiro sobre o facto de, em Portugal, o metropolitano já ter disponível uma linha de acesso até ao aeroporto. É opinião pessoal que, neste particular, a ausência de resposta é perfeitamente aceitável ou, como opção alternativa, um agradecimento sem mais sequência.

Um pequeno exercício. Escolha uma palavra, por exemplo, liberdade. Que significado tem para si? Escreva todas as características numa folha de papel e guarde-a. De seguida, execute o mesmo trabalho com a palavra fama.
Após ter terminado e sem proferir qualquer comentário sobre os resultados, proponha-os a outra pessoa. Detectou convergências? E divergências? Ficou surpreendida/o?             

Aproveito a oportunidade para divulgar o meu portal (www.coachoice.com) sobre o assunto Coaching e indagar os leitores:

- Numa escala de 1 a 10 qual a importância desta temática na sua vida pessoal?
- Como acha que se pode melhorar este tipo de interacção?

quinta-feira, julho 19, 2012

O que prefere? O Problema ou a Solução?




Quem reconhece que não tem problemas, ponha o dedo no ar! Ninguém? Vamos lá então, quem não tem de lidar com problemas, ponha o dedo no ar!
Há já alguns anos e numa diferente fase da vida profissional, recordo que um ex-companheiro quando questionado sobre o sucesso ou insucesso das suas iniciativas no mercado financeiro, respondia: “eu nunca perdi!”. Como se isso fosse possível para quem fosse minimamente activo?

Muitas das vezes, os chamados problemas são fruto do reflexo de experiências passadas. Mas será que podemos mudar a perspectiva de maneira a que se transformem numa solução? É isso que irei tentar abordar.

Um problema encerra a possibilidade de aprendermos sempre algo com a situação. Se isto acontecer, o próprio sofrimento serve para que possamos reconhecer que nos tornámos mais fortes em circunstâncias que, antes, entenderíamos como impossíveis de ultrapassar. Para tal é fundamental debruçarmo-nos nas causas dos acontecimentos.

Equacionemos 3 tipos de problemas: imaginários, subjectivos e dramáticos.
No entanto, de realçar que a solução que se revela eficiente para um tipo muito provavelmente não se adequará a outro e que devemos ter em atenção as idiossincrasias.  

Assim, o 1º tipo perfaz uma elevada percentagem do que consideramos um “problema”. Quantas e quantas vezes nos fragilizamos com pensamentos sustentados em meras previsões? Há pessoas que não experimentam uma qualquer iguaria, porque não gostam. Mas já provaram? Não! E não são só as crianças.
Soluções:
- Definir a real dimensão do problema;
- Reflicta sobre a coerência dos medos;
- Procure algo realmente importante para fazer.

Já os problemas objectivos são concretos e, como tal, requerem respostas consentâneas.
Soluções:
- Enfrente-o sem delongas;
- Faça um efectivo enquadramento e perceba a sua real dimensão;
- Procure apoio/ajuda;
- Conceba um plano;
- Acção.

Por fim, os dramáticos incluem uma perda irreversível e não transitória. Esta diferença comparativa acaba por revelar algo que não está sob o controlo pessoal.
Abordagens:
- Manter a força interior;
- Aceitar a nova realidade;
- Reinvente-se, encontrando o que há de melhor em si e na situação;  
- Realce a sua verdadeira dimensão humana e peça tudo a que tem direito.    

Todos os campeões já sofreram derrotas e todos os vencidos já ganharam, pelo menos, uma vez!            

sexta-feira, julho 06, 2012

Gabinete de bem-estar







É uma expressão cada vez mais em voga que, como que por magia, parece ter maior relevância em fases em que o mal-estar mais se acentua. Ou seja, o bem-estar torna-se um tesouro quanto mais distante ele parece estar. É um pouco como o bem-amado; só damos pela sua importância quando a acessibilidade se reduz. Por um motivo ou por outro, o reconhecimento é algo a que, genericamente, não damos muita atenção.
Mas esta sensação faz parte de um todo. É o Eu. Não terá sido em vão que ao nos ensinarem a conjugação do verbo “estar”, os professores mencionavam: ser ou estar. Por isso, o bem-estar está intrinsecamente ligado ao nosso Ser.
Por mais que o tentemos iludir é difícil separar o físico da mente, o exterior do interior, o biológico do espiritual. As tentativas, por vezes, são diversas e, nesse aspecto, a imaginação não tem perdido tempo. Numa 1ª fase, a moda, a própria medicina através das cirurgias plásticas, uma crescente indústria de cosméticos e produtos ligados à beleza. Um pouco mais adiante, numa 2ª fase, encontramos a nutrição, as dietas, o perder peso. Em consonância com os patamares pelos quais optamos e enquanto a intervenção pessoal é menor, assim os resultados acabam por ser mais ou menos efémeros. Ou seja, quanto menor for a minha participação, empenho e esforço no processo, mais rapidamente se dilui o que se obteve. Até através da actividade física os nossos ensejos de bem-estar acabam por se reduzir perante o avançar inexorável da idade. O que antes era uma evolução converte-se em manutenção.
Mas, como em tudo, não há só menos boas notícias. Nada se destrói, tudo se transforma. E, por isso, devemos procurar a integração do nosso Ser. Já ouviu dizer “só olha para o umbigo”? Pois olhe para o seu umbigo e para dentro dele como forma de observar o seu centro e, simultaneamente, focalize-se na sua capacidade de expansão.
Numa 3ª fase, se dermos a devida atenção aos nossos comportamentos e compreendermos que eles derivam de uma impulsividade, por vezes desmedida, ou de crenças que nos dominam há anos, poderemos modificar o nosso estado de espírito.
Quanto mais profundo for reconhecido o bem-estar pessoal mais satisfatório é o sentimento de auto-estima.    

segunda-feira, junho 25, 2012

O que é o empreendedorismo?





No decorrer destes últimos anos e do acentuar deste vertiginoso caos global, já não há muita margem para dúvidas que os paradigmas mudaram, estão a alterar profundamente os hábitos quotidianos e irão transformar de tal forma os estereótipos pessoais, familiares e profissionais. Faz parte de qualquer processo que, por decisão  ou obrigação, nos retira da zona de conforto. Previsões “nem no fim do jogo!”. No entanto, talvez pondo-se a jeito para ver quem acerta, à semelhança do que acontece com a Maya, não raro é o dia em que um comentador, um analista, um ideólogo, um pensador se atreve a dar como facto consumado o que devemos ter como mais uma opinião. De tal forma que uma análise quase pode ser tida como absoluta concretização.
Para ilustrar, uma pequena história: o Sr. Smith já tinha tentado vender pão a um certo hotel em NY. Todas as semanas visitava, sem êxito, o gerente do hotel. Isto durante 4 anos. Frequentava os mesmos eventos que o gerente. Alugou um quarto no hotel e ficou lá a viver. Tentou estabelecer contactos com os seus amigos. Enfim, realizou as mais variadas iniciativas com um único objectivo: firmar negócio.

Como que por acaso o Sr. Smith descobriu que o gerente pertencia a um grupo de executivos hoteleiros chamados HGA. Não só era membro desse grupo como também se tinha transformado presidente da organização. Era a sua verdadeira paixão. Logo no primeiro encontro após ter tido conhecimento destes novos dados e de realmente ter procurado saber algo sobre os interesses do seu interlocutor, o Sr. Smith começou a falar do HGA. Foi quase como que cilindrado pelo tom vibrante e entusiasmado do parceiro de conversa. De tal forma decorreu o encontro que o próprio Sr. Smith saiu do escritório do gerente com uma proposta para se tornar membro da HGA, sem que tivesse havido qualquer referência ao negócio do pão. Alguns dias depois, um funcionário do hotel ligou ao Sr. Smith: “não sei o que fez ao meu patrão, mas ele não fala noutra coisa que não de si!”.  A partir desse dia o hotel passou a ser o principal cliente do Sr. Smith.
Vem isto a propósito da designação empreendedorismo que tão em voga está, como se tal conceito só agora tivesse sido criado. Tendo origem na palavra de origem francesa entrepreneur, acaba por qualificar alguém ou alguma organização que utiliza as capacidades criativas na geração de valor acrescentado e diferenciado. Não se inclui no processo a dinâmica de capitalização ou financiamento. 

Para além dos exemplos que diariamente pululam na experiência quotidiana relacionados com o aproveitamento da designação, talvez pelo chamariz que a mesma poderá proporcionar, reverte a pequena história que relato, a importância que, nas relações humanas pessoais ou profissionais, cada um de nós dá ao facto de ser reconhecido. É fulcral que gostem de nós, mas, paralelamente, também temos de nos interessar pelos outros. É desta maneira que a compensação se pode tornar dupla, ou seja, ao valorizar o outro, acabo por emitir uma boa referência individual. A maior parte das vezes nas mais variadas circunstâncias não tem de haver um vencedor e um vencido. Um jogo não é vida ou morte!                 
Será que as "crises" surgem quando nos interessamos mais por nós próprios e pouco pelo outros; decorrem de realçarmos mais o auto-elogio e uma prontidão sagaz para críticas alheias?  
Atentemos nos exemplos das crianças. Há maior exemplo de empreendedorismo? Façamos um pequeno exercício de recordações.

sábado, junho 02, 2012

Colorificação!?



Habitualmente quando alguém se refere ao latim ou ao grego antigo, onde podemos beber as mais variadas origens das palavras que diariamente utilizamos e cuja análise é fundamental para compreendermos o significado de cada uma delas, denominamo-las de “línguas mortas”. Porquê esta designação? Porque decorrente de uma evolução linguística, já não há "falantes" nativos que as utilizem. Será que, com o acordo ortográfico, o mesmo se irá passar com a língua que aprendi e ainda hoje utilizo, quer na escrita, quer na versão falada?
Mas isto tudo para abordar o tema da motivação. Com facilidade encontramos vídeos e textos a incentivar ao conceito. Já os exemplos que existem, uns mais que outros, são numa percentagem diminuta e todos são considerados como referências a observar. Experimentemos, por exemplo, colocar como numerador da divisão a quantidade correspondente à população nacional e, no denominador, aqueles que possam ser genericamente considerados fruto e resultado de uma reconhecida motivação. Qual é o resultado? Podem ser concretizadas as mais variadas experiências, mas também será importante perceber porque razão uns alcançam certos e determinados patamares e, outros, nas mesmas circunstâncias, têm resultados diferentes.
Motivação deriva da expressão latina emovere que, numa apreciação básica, nos diz que a sua génese indica movimento para o exterior. Já se sectorizarmos a palavra, deduzimos que se trata de “motivo” + “acção”. Que interesse em realizar uma tarefa ou que desejo em planear uma férias? Depois, que planeamento? Que opções deveremos considerar? Que resultados pretendemos? Que constrangimentos? Muitas destas questões terão resposta em função da muita, pouca ou nenhuma motivação. Logicamente que, o facto de tais iniciativas serem ou não novidades, poderão também ter interferência nos níveis de motivação, mas….imaginemos que, como não sabemos a quantidade de motivação de cada um, que tentávamos utilizar os sentidos (sensações) para a descrever. Por exemplo, a cor. Imagine uma qualquer tarefa, acção em que lhe atribui uma determinada cor.                   
Que cor associaria à limpeza da casa? E à acção implícita na execução de exercício físico? É algo que, independentemente da periodicidade, se apresenta como aconselhável! Se ao imaginar o trabalho a fazer, “pintar” a cena com a cor preta, castanha ou cinzenta, o discurso interno será, muito provavelmente, de insatisfação, de dever, de necessidade e, como tal, de desinteresse. Se o assunto alterar para o planeamento do próximo destino de férias ou conceber as alternativas para o caminho a percorrer para que, já no próximo fim-de-semana, se encontre com os seus melhores amigos, a cor (parece-me que já estou virtualmente a ver) terá uma tonalidade bem diferente. Não estará mais perto de uma qualquer cor mais clara (branco, amarelo, azul)? E não notou transformações a nível fisiológico? Mas manter-se-ão as mesmas características se o trajecto tiver que ser percorrido de avião? E se uns dos objectivos da viagem tiver incluida uma acção em que tenha de falar em público?
Estes pequenos exemplos, possibilitam compreender que a qualidade, a constância e a forma como nos sentimos têm um impacto directo e significativo nos níveis motivacionais. Podemo–nos aperceber se a acção deriva de uma necessidade ou de um desejo. Os resultados serão objectivamente diferentes.     
Características diferenciadoras:
Ø       Nas cores escuras a energia move-se de fora para dentro; predomina o esforço, a necessidade, a intensidade do que fazer; há algo que nos empurra para a acção, mas há um igual ou maior contrapeso que nos parece alertar para “ir descansar!”; por fim, a tarefa é fruto de uma decisão ou ordem;
Ø       Nas cores claras a energia é intrínseca; estão subjacentes prazer, flexibilidade, ambição, força de vontade no desempenho das acções; é uma sensação de fluxo que impera e tudo aconteceu como resultado de uma livre escolha.   

Tudo isto tem um impacto mais ou menos positivo nas nossas vidas! Colorifique de tons claros a sua vida. Se precisar de ajuda, como Coach, estou ao seu dispor. Para o efeito veja o site www.coachoice.com

quinta-feira, maio 17, 2012

O poder da mente


Tetraplégicos apanham objectos com braços robóticos movidos pelo cérebro

In Público 16.05.2012 - 19:05 Por Ana Gerschenfeld

Dia 12 de Abril de 2011. Uma mulher de 58 anos está em casa, sentada à mesa. Pega num cantil com café, levanta-o e bebe com uma palhinha. Torna a pôr o cantil em cima da mesa. Sorri com evidente alegria perante o que acabou de fazer e toda a gente à sua volta aplaude. A celebração justifica-se plenamente: é que desde 1996, quando foi vítima de um AVC que a deixou tetraplégica, ela nunca tinha tomado um café sem ajuda.

O que fez a S3 (nome fictício) naquele dia de tão extraordinário? Imaginou que estava a mexer o seu próprio braço e que, com a sua própria mão, segurava no cantil e o levava à boca. E, ao imaginar isso, fez com que um braço robotizado — ao qual ela estava literalmente ligada através de um chip microelectrónico implantado no seu cérebro — executasse os gestos que ela comandava. Essa sua intenção motora (ou, dito de outra maneira, os impulsos eléctricos disparados intencionalmente pelos seus neurónios) fora transmitida pelo implante a um programa de computador capaz de os transformar em movimentos adequados do braço artificial. Esta e outras façanhas de S3 — e as de um segundo doente de 66 anos, tetraplégico desde 2006 e designado T2, são descritas na edição desta quinta-feira da revista Nature.

“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas os avanços animadores destas investigações são demonstrados não só pelo sucesso [da experiência], mas ainda mais pelo sorriso de S3 quando conseguiu tomar um café sozinha pela primeira vez em quase 15 anos”, diz Leigh Hochberg, da Universidade Brown e um dos principais autores do trabalho.

 

Esta é uma fantástica façanha que possibilita confirmar as vantagens e as potencialidades do cérebro cognitivo e de interiorizarmos que a "mente" é uma das maiores armas que os humanos possuem para enfrentarem os desafios que se lhes deparam diariamente. Já outro tipo de experiências e vivências testemunharam que a neurogénese, ou seja, a criação/revitalização dos neurónios que reajem aos estímulos químicos (corrente sanguínea) e eléctricos (feixes nervosos), é, para além de uma realidade, é um dado nuclear para compreendermos o funcionamento e a dimensão qualitativa dos recursos que cada um de nós dispõe.
Os padrões mentais que estão na origem dos nossos comportamentos são reflexo da representação imaginativa que cada um de nós faz dos objectos/pessoas com que interage e/ou das situações em que se envolve.      
O cérebro leva o corpo a comportar-se de uma determinada maneira e não o contrário. Não podendo separar-se, tal como o organismo e o cérebro funcionam para permitir e melhorar a vida do indivíduo, também os vários "departamentos" neurais realizam um trabalho de equipa para proporcionar o melhor dos resultados às necessidades básicas de preservação da espécie. Se, por exemplo, estiver com um taco de golf na mão a preparar a jogada que desejo ou imaginar todas as componentes necessárias para alcançar esse mesmo objectivo, são exactamente as mesmas zonas cerebrais que são accionadas para que possa atingir essa pretensão pessoal. Já o mesmo não se passa se me colocar no papel de observador. 
Este caso paradigmático é de realçar e de relembrar em todos os cenários da vida em que pelos mais variados motivos permitimos que as emoções substimem a força íntrínseca dos padrões de actividade que gostaríamos de ver implementados.
Será que era a isto que o nosso PM se referia quando fez as recentes declarações sobre o desemprego?  
A mente acaba por ser um processo em que uma série de operações regulatórias dependem da criação ou manipulação de imagens mentais através das ideias e dos pensamentos. O organismo precisa da simbologia das imagens para responder aos estímulos externos e internos. Assim, as representações mentais podem ser de imagens externas ou internas (dor, náusea).      
Este tipo de técnicas são as que os actores utilizam regularmente na sua profissão. Por isso, seja um grande actor da sua própria vida. Como se imagina?   

domingo, maio 13, 2012

Será o sentimento de pertença?


Estalou mais uma polémica com a última capa da revista "Time"! Uma mãe a amamentar o seu filho de 3 anos.
Há quem esteja de acordo e quem não esteja. Aliás, como é salutar que aconteça. Mas não será esta foto uma imagem de marca dos finais do século passado e do ínício deste?
Qualquer mãe, na tentativa de demonstrar, o seu incondicional amor protege a sua cria (por vezes nem reparamos que é a génese da palavra criança) para que esta não se exponha ou não seja afectada pelas intempéries exteriores. Agora, uma provocação pessoal. Ou é uma maneira de esconder as vicissitudes interiores (quer pessoais, quer do ambiente onde vivem)?
Inconscientemente, ela sabe que o seu rebento, mais tarde ou mais cedo e apesar de muito lhe custar, terá de ir para a escola, terá de se haver com os colegas, terá de "sobreviver" às exigências dos professores, enfim terá de se defrontar com o meio ambiente. Então, se ela acabar por adiar o processo de sofrimento não será uma forma de demonstrar o seu ilimitado desejo de prolongar a ligação umbilical que, em tempo próprio, foi cortada e assim construir uma relação de eterno amor maternal? São estas as bases em que está construída a educação permissiva a que hoje temos o privilégio de assistir e cujos resultados se começam a vislumbrar. Tal como a foto nos demonstra, o representante no fulgor da sua 1ª infância acomoda-se, adapta-se às condições e a mãe tenta, a todo o custo, que o esforço e o empenho sejam totalmente suportados por ela, evitando assim que a energia do labor seja conhecida pelo jovem cidadão de 3 anos. Como acontecerá em muitos casos, também ela não sabe que a personalidade da criança estará formatada aos 5 anos e que, este acto complementado com outros da mesma índole, será a pedra de toque para que o processo de aprendizagem se torne mais lento e, em muitos casos, bem mais difícil do que se, porventura, a verdadeira experiência de vida se tivesse iniciado mais cedo. 
Por natureza a criança é curiosa e quer mexer, explorar. Faz parte! Não há, na maior parte dos casos, a noção de perigo. Ela procura saber o que tem de fazer para alcançar determinado objectivo que para o caso é indiferente. Se a alimentação é um acto básico de sobrevivência, para o qual não está preparado, o que se passará no resto das situações? Brincar com os outros meninos, inter relacionar-se com os adultos, divertir-se sozinho...
Muito provavelmente a tentação de superproteger também irá ter reflexos na interiorização de medos que o poderão acompanhar na 2ª infância e prolongar-se na vida sem que muitas vezes percebamos determinados factos para os quais temos o dedo imediatamente apontado. 
Numa percentagem muito elevada, o sentimento de posse é-nos mais vezes prejudicial do que benéfico. E em relação aos outros?              

domingo, abril 29, 2012

O que Eça escreveu...



Diz-se geralmente que, em Portugal, o público tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a conclusão que somos um povo sem poderes iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de uma larga liberdade, e inaptos para a independência. A nossa pobreza relativa é atribuída a este hábito político e social de depender para tudo do Governo, e de volver constantemente as mãos e os olhos para ele como para uma Providência sempre presente.”  in “Citações e Pensamentos” de Eça de Queirós.

Eça escreveu este excerto em 1891 e faleceu em Agosto de 1900 em Paris! Destino de eleição para os privilegiados?
Entre outros escritos perfeitamente actuais, optei por este pela expressa referência a “sem poderes iniciadores“, “indignos de uma larga liberdade“ e “inaptos para a independência“. Em poucas palavras e de acordo com a interpretação pessoal, o autor adverte sobre a inércia para a actividade, o reduzido mérito na busca da liberdade plena e a inadaptação para conquistarmos a independência.
Se transportarmos este cenário para os dias de hoje, é um total dejá vu. Para além do cenário actual, relembro os tempos da 1ª infância, em que, a par da natural curiosidade das crianças na exploração do seu meio ambiente, surgem os pais, os avós, os irmãos, os tutores, os professores a tudo ditarem como a inquestionável lei do melhor fazer para melhor obter. Nesta fase, os futuros adolescentes são autênticos pesquisadores do aqui e agora e destemidos artífices da experiência vivida. É toda esta parafernália informativa que irá inevitavelmente contribuir para acalmar a sede de conhecimento e potenciar as capacidades.         

Depois, com o decorrer dos anos, aceitamos que o que nos foi transmitido e ensinado é válido para todo o sempre, como se não fosse a mudança a única a não mudar, pois ela própria está na sua essência.  
Ao termos a iniciativa, perspectivamos o nosso querer, dirigimo-nos para a nossa fonte de satisfação, mas será a responsabilidade que essa mesma decisão acarreta que nos faz recuar?
A liberdade, por sua vez, decorre do assumir a responsabilidade pelos actos praticados e nos eleva aos patamares do fluxo e saber ser. Mas não será ela impraticável se não soubermos ao que vamos e para onde vamos?
A independência estando intrinsecamente ligada aos outros factores, promove a autonomia individual e colectiva perante os dogmas e as políticas que nos são apresentados. É o sentido desta que nos permite aderir ou não ao que, na maior parte dos casos, nos é imposto, ou seja, não nos empurra exactamente para o oposto, a dependência. É o medo, seja ele de que tipo for, que nos inibe de opinarmos, em vez de remoermos as consequências que ele nos provoca?
Um século passado e as opções que nos colocamos não alteraram muito, pois não? Por que será?    

quarta-feira, abril 18, 2012

Esperança é a última a .....




Talvez sejam raras as abordagens temáticas de conferências, livros, formações que não nos proponham “receitas” como os “os 8 princípios de…” ou “as 7 leis para…”.
Podemos utilizar o sentir, o pensar e o fazer das mais variadas maneiras, sendo que muitas palavras têm fortes significados e revelam-se importantes âncoras para que, conscientemente, possamos consolidar comportamentos. Deixo-vos algumas dicas em nome do país que é nosso.

Positividade – é o vislumbrar do que cada momento e acontecimento nos trazem de mais favorável. É a focalização no saber, no ser e no fazer. É a percepção das nossas valências. É o organizar os pensamentos na direcção da gratidão e da solidariedade. É a disponibilidade para ensinar e a humildade para aprender. É o concentrar esforços na realização de interesses e desejos;        
Orgulho – é apostar na diversidade. É implicar as convicções num propósito pessoal. É considerar o colectivo em que se insere. É compreender que todas as moedas têm duas faces e que é importante aceitá-las em detrimento de rejeição ou repressão;
Riso – é a libertação de endorfinas. É gostar de me olhar ao espelho. É o chorar de alegria. É o ser criança. É o relaxamento, a descontracção. É o sugerir a conexão do corpo com a mente. É uma massagem ao ego. É a libertação da toxicidade. É o momentâneo distanciamento dos problemas. É o salutar convívio. É a cumplicidade;    
Transformação – acompanha a criação e a conservação no processo natural. É o que se aconselha quando enfrentamos a insatisfação. Mesmo que queiramos, não lhe resistimos fisicamente. Nada termina, tudo se rende à sua lei. O que vai para além da formação, o que supera o ensinamento, o que ultrapassa a teorização. É o fluxo;  
União – é o elo. É a ligação. É a coesão. É a ponte. É o veio de transmissão. É a percussora do bom para o óptimo. Não é a árvore, mas é a floresta. Não é a linha, mas é o entrelaçado. É o ter opinião e respeitar a convicção. É o compromisso com os resultados de todos. É a inclusão em detrimento da exclusão. É empatia. É aceitar a diferença. É o saber respeitar. É o saber ouvir atentamente; 
Gratidão – é o ser agradecido e saber agradecer. É o reconhecimento. É dar graças, principalmente quando estamos bem. É o despertar. É o ser capaz. É o descompromisso. É a humildade. É estima. É emoção. É espelho de bem-estar. Promove a proximidade. É ajudar o alheio despretensiosamente. É o desapego; 
Atitude – é o saber ser. É a prestação. É a interacção. É o factor comportamental. É a reacção. É a acção. É o querer e o não querer. É a opção. É a escolha. É a intenção e a abstracção. É a resposta ao estímulo, à consequência, à necessidade, ao interesse, ao desejo. É a vinculação ou a desvinculação. É a base do resultado;                
Labor – é o empenho. É a dedicação. Resulta em rendimento. Concretiza valor acrescido. Consuma objectivos. Traduz aprendizagem. Consagra o trabalho. Consubstancia o esforço. Leva-nos à experimentação, à investigação. Desperta a curiosidade. Incentiva o desenvolvimento. Encoraja o crescimento. Quebra a rotina.    

Que outras maneiras há de lidar com a situação?

domingo, março 18, 2012

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=541781


A força de vontade é um “músculo”. Os músculos caracterizam-se por terem a capacidade de contrair ou distender as fibras por que são compostos. São responsáveis pelos movimentos voluntários através dos quais interagimos com o meio ambiente, bem como os movimentos dos órgãos internos. Estas particularidades contribuem para a aplicação de potência e energia com que todos dedicamos quando agimos ou reagimos. Tal como em muitas outras circunstâncias da nossa existência, os movimentos, numa elevada percentagem, são inconscientes e, em alguns casos, conscientes.  
Por exemplo, imagina o que se poderia passar se o funcionamento do coração, do estômago ou dos rins não fosse automática?        
A investigação encarregou-se de confirmar o que, de alguma forma, temos a oportunidade de observar no nosso dia-a-dia quando estamos mais atentos, focados. De facto, é esta atenção que nos retém a capacidade de nos mantermos curiosos relativamente a algo que nos interessa. Face à enormidade de informação com que nos cruzamos todos os dias, parece lógico que seja feita uma triagem dos dados que individualmente se apresentam como relevantes. Até para protecção do nosso próprio bem-estar e de uma recomendável sanidade mental! Já repararam o que seria de cada um de nós se atendêssemos a todas as solicitações que os nossos 5 sentidos nos servem. Já li que são algo como 2 milhões de dados por segundo!
É de facto extraordinário como, quase sem darmos por isso, o organismo está preparado para constantemente nos salvaguardar de “abusos” exteriores e até interiores que, eventualmente, possam ter impactos duvidosos no bom funcionamento da máquina. Exemplo da selecção informativa, é o período de gestação da mulher em que se torna mais evidente e notório que, para ela própria e como por um passe de mágica, há mais grávidas a partir do momento em que há coincidência de estado. Já para o homem a questão poderá estar mais relacionada com carros. Quando, por um qualquer motivo, há interesse num determinado modelo, eis senão quando, esse mesmo protótipo parece surgir de qualquer lado e há muitos mais do que seria imaginável.
Regressando aos resultados da investigação expressa no link, como qualquer outro músculo, a força é uma condicionante implícita e intrínseca a esse mesmo recurso. O seu formato, a sua diversidade, a sua flexibilidade, a sua disponibilidade são fulcrais para que possamos agir. Mas há que ter noção de que só actuará se receber instruções, ou seja, não funciona por iniciativa própria, independentemente das referidas directrizes poderem ser involuntárias ou voluntárias. Há a convicção de que os resultados têm origem num trabalho de equipa e que as funções específicas destinadas a cada agente orgânico devem ser respeitadas para bem de toda a comunidade (que neste caso pode muito bem ser reconhecida como a totalidade das componentes e dos recursos que compõem o nosso corpo). Inúmeras vezes nem reparamos que accionamos a nossa capacidade muscular de uma forma inconsciente. Assim se passa quando caminhamos, quando nos levantamos de manhã da cama, quando alguém nos chama para ir ao seu encontro, quando exercitamos as mais diversas tarefas rotineiras. A realidade é que a inexistência dos músculos provocaria uma completa e total desagregação do esqueleto, pois são eles que sustentam a interligação óssea.
De facto e imediatamente após receberem instruções, os músculos revelam-se fundamentais para dar provimento aos nossos projectos, às nossas ideias, aos nossos planos com o intuito de intentarmos atingir os objectivos a que nos propusemos. Eles são a mola impulsionadora para que as decisões se transformem em realidade e, como tal, a força de vontade individual colabore para que a motivação seja um motor de alta rotatividade no alcance das metas pessoais.      
Convém não nos esquecermos que quando promovemos uma qualquer escolha, simultaneamente, estamos a renunciar a algo. Se assim for é de todo conveniente que optemos por decisões que vão ao encontro do que mais desejamos. É conveniente ter em atenção que os milhões de dados que nos assaltam permanentemente são filtrados através da formação reticular e de uma forma inconsciente. Aqui, são de particular relevância as crenças e os valores, pois são estes que influenciam determinantemente os resultados que nos propomos atingir. A formação reticular obedece a pelo menos um dos seguintes critérios: o que é importante para a nossa sobrevivência, algo com características de novidade e/ou algo com conteúdo emocionalmente relevante. Tudo isto em prol do nosso bem-estar!