terça-feira, fevereiro 14, 2012

O fantástico mundo dos vivos!

http://www.youtube.com/watch?v=p1GzBBaLaEA&feature=endscreen&NR=1
                    

Logo após ter lido uma notícia fui impelido a escrever o texto seguinte. Foi divulgado, no passado fim-de-semana, o desaparecimento de uma artista cujas características muito apreciava. As suas capacidades naturais eram, de facto, únicas. Em condições normais ouvi-la foi, é e será sempre um deleite. Refiro-me a Whitney Houston. O que, de alguma forma me empurrou a relatá-la, foi a espantosa relevância evidenciada por vários órgãos de comunicação escrita sobre o aumento percentual atingido nas vendas das músicas da cantora. Algo como 300%! Já o mesmo se passou o ano passado após a morte de Steve Jobs e anteriormente comportamentos semelhantes aconteceram com Amy Winehouse. Quais terão sido os índices de vendas de Whitney Houston em Janeiro? E quem terá estado interessado nas características de personalidade de Steve Jobs até ao dia 4 de Outubro do ano passado? O que terão feito as/os fãs de Amy para a demover do bad habit?
Que motivos, que causas justificam que o reconhecimento póstumo pareça ser superior àquele que é proporcionado enquanto há vida terrena e que esta só parece merecer uma “validade” recompensatória quando existe a percepção de êxito, sucesso e fama? Mas quem e em que circunstâncias pode manter, ao longo da vida, um processo permanente e constante de satisfazer desilusões alheias, gerar alegria extrínseca, ser emocionalmente altruísta?
Todos os geradores de energia têm de ter as suas fontes de alimentação, caso contrário, entram em rotura. Mas quem o consegue ad eternum?
No início e no patamar destes exemplos, o êxito é um objectivo longínquo e muito pouco lúcido, provavelmente como na maior parte dos casos. É o querer e o acreditar que nos move. Independentemente das capacidades inatas de cada um, tal como Malcolm Gladwell nos transmite no seu livro Outliers, a actuação fora dos padrões comuns só aparece depois de muita disponibilidade para a aprendizagem e disposição para a humildade de querer mais.
Alcançado que é o topo da montanha, uma legião de seguidores entusiastas proporcionam a essas vedetas uma vida financeira rara mas uma existência física e mental muito poucas vezes salutar, para não dizer pouco equilibrada. Basicamente o mantra “mens sana in corpore sano”, talvez por já ser tão velhote, acaba por ser ignorado e abandonado. E que falta faz!
Quantos momentos prazenteiros terão acontecido ao som das ternurentas melodias, quantos conflitos terão sido sanados a ouvir “I will always love you”, quantas jovens promessas negras se terão apoiado no seu exemplo para se superarem, quantas imitações do seu penteado e da sua forma de vestir terão influenciado adolescentes dos últimos 25 anos?
O glamour e a faustosa vida foram alicerçadas nas mais variadas receitas proporcionadas pelos seus apoiantes durante um período em que a artista, dentro das suas competências, nos proporcionou momentos e fases de inegociável bem-estar. Terminado que foi este tempo, seja por que motivos for, eles revelam-se gigantes com pés de barro e quem os patrocinou, rapidamente se esquece das ondas de bom sentir que trespassaram corpo e mente.
Interrogo-me, sinceramente, onde estiveram nos últimos 10 anos os que agora fizeram subir em flecha as vendas dos temas desta cantora? Que contributo têm em mente neste particular? Que motivos suscitam os anteriores e os actuais comportamentos? Que valores?
Se o sucesso não é alcançável sozinho, que atitude é recomendável quando o partilhamos? O que suporta e sustenta estes comportamentos?  

Pense um pouco no seu leque de relações. Profissionais, pessoais, roda de amigos, parentes mais próximos, contactos ocasionais. Como num ecosistema em que estamos inseridos, todos somos responsáveis pelos resultados. Individuais e colectivos. Haverá semelhanças comportamentais no que foi descrito anteriormente?

É com base no que vos transmito que persinto, cada vez mais perto, o dia em que a globalização significará, de facto, uma verdadeira e honesta integração universal. Um trabalho de equipa planetário.