terça-feira, janeiro 03, 2012

Ano Novo! Que mudança?




http://www.youtube.com/watch?v=R9lLjtie9po&feature=related 

Antes de mais desejo a todos um óptimo 2012 e que, lá mais para o fim, possamos testemunhar, mais uma vez, que os presságios de desgraça anunciada, não serão mais do que isso mesmo. Meras previsões.
Aliás, não é mais do que aquilo que se passa nas nossas vidas privadas. Enquanto observo um sem número de pessoas que, na transição do dia 31 de Dezembro de um qualquer ano para o dia 1 de Janeiro do ano com numeração imediatamente a seguir, se enleva num torpor entusiasmante, independentemente da inalteração das circunstâncias e dos motivos, me questiono que mudança física, mental ou externa terá acontecido para que, inadvertidamente e em tão pouco tempo, o estado de espírito se tivesse alterado e surgido um comportamento, por vezes até, diametralmente diferente?   
No entanto, outras há que, nesta data específica, resolvem dar um novo rumo à sua vida, concretizar um balanço da actividade anual, perspectivar inter-relações, propor-se novos objectivos, projectar negócios, enquadrar oportunidades profissionais, no fim de contas equacionar o passado e redimensionar o futuro, mais ou menos recente. Mas a realidade não se compadece com as pretensões pessoais de curto prazo. Quantos de nós é que mantêm efectivamente o pendor transformacional e/ou reflexivo para o qual este curto período de tempo é tendencialmente propenso?
Quer queiramos, quer não somos fruto de uma história de anos. Numa muito significativa percentagem, não só dos acontecimentos e dos factos vivenciados pela nossa experiência, mas também dos comportamentos e das heranças de quem nos precedeu. Se não vejamos!
Como pode não ter o privilégio que eu próprio tenho de contemplar ao vivo um pequeno ser humano, imagine ou recorde momentos de contacto com um bebé de sensivelmente 4 a 6 meses. Se sentir maiores dificuldades, bastará que recorra a momentos de alguma atenção (chegam 2/3 minutos) quando, por casualidade, se cruzar com um casal que passeia o seu rebento e/ou se tiver na família a possibilidade de realizar uma visita a quem tenha sido mãe ou pai há pouco tempo. Seja criativo e dê-se ao trabalho de ver atentamente!
Penso que generica e consensualmente podemos partilhar a mesma opinião. Alegria, actividade, curiosidade, vontade de explorar, simpatia, flexibilidade, disponibilidade, querer conhecer mundo, deixar “marca” são algumas das muitas qualificações que provavelmente equacionaremos como adequáveis ao novo cidadão. E estas virtudes não são exclusivas dos que nascem em Portugal! São-no em todo o globo!  
Riem 400 vezes por dia e, quando adultos, umas simples 15 vezes (quando é!); querem conhecer novas companhias sem preconceitos e independentemente do género e, quando adultos, o objectivo é manter o rol que já existe; aprender e explorar tudo e mais uma alguma coisa e, quando adultos, há muitas vezes uma significativa resistência em aceitar pareceres alheios e outras tantas em nos propormos a aprender novos conceitos e novas perspectivas; perante um qualquer desafio erguem os membros agitando-os com uma grata alegria e, quando adultos, nos retraímos com medo perante o desconhecido; seguram convictamente qualquer dedo que se aproxime da sua pequena mão independentemente de quem é e, quando adultos, há algum acanhamento em cumprimentar eventuais interlocutores; na maioria dos eventos sem receios do que possa acontecer e, quando adultos, com inquietude, por vezes, até da própria “sombra”.
O que se passou? Se a “nossa” história, tal como todas as outras, é fruto de uma acumulação de informação e de sistemáticas situações de mudança, o que nos leva a pensar que, no espaço de poucas horas, tudo se alterará?
Façamos então um voto de reconhecimento a nós próprios assumindo que o historial individual pode e deve ser uma fonte de aprendizagem para que, daqui para o futuro e durante tanto tempo quanto possível, nos comportaremos como crianças. Com mestria, com autonomia, com gratidão pelo que já conseguimos e com esperança, com confiança e com entusiasmo pelo que alcançaremos. 
Vale a pena ser autêntico, em primeira instância, com nós próprios. Você é o elo mais forte!
Até breve :)