segunda-feira, outubro 17, 2011

Qual deles prefere?



Como não bastasse, não é Job, é Jobs, no plural. Até parece que está a ironizar com a situação actual. Mas não só numa determinada região! É a nível global.
Tal qual o impacto dos seus estímulos e da sua influência foram sentidos.
Steve Jobs foi um “visionário”, um “empreendedor”, aquilo que o quisermos apelidar, mas tal como qualquer ser humano não seria perfeito ou isento de defeitos. Tendo como certo que a perfeição não existe e, como tal, é uma mera perda de tempo tentar atingi-la ou considerá-la, tudo aconteceu, em primeiro lugar porque as suas ideias não se limitaram a isso mesmo, ou seja, a não passar a fase do insight. Pode isto significar que pode haver uma enorme diferença entre quando alguém ou alguma instituição nos revela a sua visão e a sua concretização?
De uma forma genérica, presumo que o que notabilizou esta referência humana actual foi o facto de um conjunto de qualidades se sobrepor de forma inapelável e inigualável aos eventuais prenúncios menos positivos que a sua personalidade revelaria, pelo simples facto de ser um humanóide. E mais uma vez, uma onda gigantesca de gente só se apercebeu da sua importância após o seu desaparecimento físico, ou seja, enquanto o reconhecimento e a gratidão poderiam dar origem a uma bem intencionada relevância participativa, pouco aconteceu, depois vem a quase glorificação. Que motivos suportam este tipo de comportamento? Os outros só merecem consideração e respeito quando já não os podemos abraçar?

Mas teremos nós referências lusitanas que nos possam servir de farol nestes tempos tão conturbados? Claro que sim! Apesar de sermos um país com inferior base de recrutamento, há nomes sonantes nos mais variados quadrantes e ao longo dos quase 869 anos de história (impressionante!).
Aquele que me surge sempre como figura de proa que pode concentrar um elevado número de características pessoais que poderia ombrear com qualquer dos colossos mundiais é o Infante 
D. Henrique. Posso imaginar com a certeza de não conseguir percepcionar o que seria há 500/600 anos empreender tão gigantescas jornadas de Descobrimentos em que o recrutamento de pessoas, a avaliação de competências, a elaboração de projectos, a definição de estratégias, a determinação de objectivos, a assumpção de compromissos e tantos outros planos necessários para a efectiva concretização de realizações que tiveram tanto de assustador como provavelmente de fantástico, mas que apesar de alguns reveses que terão certamente existido, nunca funcionaram como fio divisório entre as pretensões, as motivações e os resultados substantivos.
Sem ter conhecimento objectivo, atrever-me-ia a afirmar que o Portugal dessa época seria geograficamente, mais coisa, menos coisa, o mesmo que hoje. Com menos habitantes. Com menos informação. Com menor instrução.
Será que o digníssimo Infante obteve ajuda do estado? O que lhe permitiu que, à época fosse considerado descobridor de metade do mundo? Que impacto teve o seu espírito nas gerações futuras? Que recursos utilizou? Que competências o distinguiram? Quais as suas principais características pessoais? Como encarou as adversidades? Que critérios utilizou no recrutamento humano?
Permitam-me uma convicção final. Certamente teríamos muito a aprender com este nosso ilustre antepassado, mas a que relevo é a sua imprescindível auto-estima. O seu amor-próprio. E você, o que realçaria? E como se pode revelar em Si este espírito de Infante? Qual a sua referência predilecta?