domingo, março 23, 2014

Auto austeridade afectiva


Em termos habituais, a nossa comunidade tem como paradigma que o modelo de prevenção para a saúde passa por fazer exercício moderado, abster-se de consumir álcool e/ou tabaco, adoptar uma alimentação tipo “dieta mediterrânica”, consultas periódicas ao médico, gestão do stress, evitar aditivos. Para os benefícios de tal conformidade serem alcançados, há que, durante décadas, manter estas e outras recomendações.
No entanto, não nos podemos esquecer que, a partir de uma idade mediana, as consequências do estilo de vida se fazem repercutir e serão tão mais impactantes quanto menos cuidados tivermos tido ao longo da jornada até aí percorrida.

Podemos reinventar a relação que temos com o corpo? Efectivamente, a maneira como pensamos acerca dele influencia a forma como o tratamos.  

Ao longo da história, o corpo tem sido, genericamente, relacionado com um destes tipo de modelo:

v     Uma colecção de elementos fornecidos pela Mãe Natureza;
v     A máquina;
v     A expressão da energia e vigor físico;
v     O templo da alma.

Conforme a tradição cultural em que estamos inseridos, assim poderá ser recomendado ao paciente que reze para cuidar das suas maleitas, o médico poderá prescrever um qualquer medicamento ou a pessoa ser aconselhada a fortalecer o fluxo energético (attention goes where energy flows). Na cultura ocidental, o conceito do corpo ser considerado uma máquina ainda tem uma significativa prevalência. As máquinas reparam-se e já está! Mas o nosso corpo não é definitivamente uma máquina. É algo vivo; tem a capacidade de se auto regenerar, auto regular. Por isso e a título de exemplo, o excesso de exercício físico pode ser contra producente se a conexão entre corpo-mente não for considerada. Ainda hoje há quem advogue que as desordens psico-somáticas têm origem na imaginação do paciente.

Os hábitos, as atitudes, as crenças são a chave para o bem-estar, pois as mensagens do cérebro afectam o corpo na sua totalidade. Há cada vez mais evidências desta percepção. É importante tomar medidas práticas de redução do stress, respeitar uma boa noite de descanso, evitar aditivos e/ou confiar na inteligência do nosso organismo.

Em vez de olharmos para o nosso corpo como um carro que, ao longo do tempo, será alvo de inevitável deterioração, poderemos vê-lo como um sistema de vasos comunicantes que aprende, se adapta e melhora com o passar dos anos. Para isso recomende-se a si própria (o) os seguintes inputs:

Seja mais relaxado e tolerante;
Procure o sentido dos valores;
Alimente as inter relações;
Realize tarefas que o façam sentir-se feliz;
Sinta-se confortável com o seu mundo interior;
Aceite-se a si própria (o);
Dedique tempo à diversão e tenha uma atitude descontraída;
Compreenda as suas emoções negativas…..


O corpo sinaliza e a mente analisa! Não se esqueçam " Mens sana in corpore sano!" Há quanto tempo nos andam a dizer isto?