quinta-feira, junho 20, 2013

Sabe quem foi Vilfredo Pareto?





Ilustre economista e sociólogo do século XIX encontrou confirmação para o seguinte: 80% da riqueza italiana estava concentrada em somente 20% da população. Que cenário tão diferente hoje em dia!! 
Com o andar dos anos e através da experiência adquirida em diversas áreas das ciências em que Pareto se tornou mestre, este rácio inicial teve aplicação e confirmou-se como adequado em muitos e diversos cenários e âmbitos.

E o que tem este axioma a ver com o nosso dia a dia? A economia comportamental induz-nos a escolher a via mais fácil e rápida para atingir o que desejamos. Não, não é por uma questão de preguiça. É que o organismo está inclinado a “trabalhar” para despender o mínimo de energia possível para alcançar o que se propõe. É também uma estratégia de sobrevivência humana. Por que razão fará sentido gastar recursos que muito provavelmente irão ser necessários futuramente? É um género de troika interna!

Assim, dos resultados que obtemos, uma significativa percentagem deles tem origem em atitudes de cariz automático apesar de serem atingidos com uma reduzida percentagem dos atributos e possibilidades que temos ao nosso alcance. Importa aqui também aferir que a importância dos hábitos adquiridos é tal (em nome da redução do esforço) que uma fatia relevante das pessoas não dá a devida atenção à necessidade imperiosa de preservar o bem-estar físico e psicológico. Isto fruto de um sem numero de atitudes robotizadas para as quais contribuíram decisivamente a herança genética e o meio ambiente envolvente. Desde muito cedo nos foram incutidos modelos de actuação que acabaram por se tornar padrões comportamentais. Na rotina diária podemos ter diversos exemplos básicos que, com o crescimento, se vão repercutir como forma de estar para as mais diversas situações. Recordem-se das experiências relacionadas com os hábitos alimentares, com os hábitos de exercício, com os hábitos de leitura, com os hábitos de higiene, com os hábitos de lazer. É que o cérebro tem uma base de dados que dá pelo nome de gânglios basais que registam tudo. São uma espécie de big brother interno. Após executado o registo, tudo se processa com base nas directrizes antes praticadas e tidas como boas. Mudar estas "impressões" é, na maioria dos casos, viável, mas bem difícil. O querer é nuclear!   

A adopção de um hábito terá, entre várias pretensões, o objectivo de mecanizar um determinado tipo de comportamento para que a sua repetida execução permita uma significativa poupança de energia, de modo a que esta possa ser utilizada para outras necessidades ou interesses. No início há um estímulo, uma “dica” que se nos revela atraente e que, consequentemente, terá consequências, resultados que se esperam positivos. Todos nós ansiamos por recompensas, gratificações! Mas é sempre isto que obtemos quando praticamos as rotinas adquiridas? Ora reflicta um pouco sobre o seu dia a dia!

A força de vontade é um músculo que podemos accionar quando o pretendermos. Assim o queiramos. Para ler um livro, para fazer exercício físico, para nos dedicarmos a uma actividade que nos motiva. Mas atenção! Não confundamos o hábito da auto-disciplina que faz desenvolver o músculo da força de vontade com a auto-motivação. Esta é integrada pela energia que nos impele à acção. Há influências intrínsecas e extrínsecas, mas devemos conhecê-las e compreende-las. Porquê? Só assim podemos orientar os objectivos pessoais para os nossos desejos. Como se de uma bússola se tratasse.
Não se esqueça que a mudança é permanente e considere-a como uma inevitabilidade e uma oportunidade de testar os seus limites. Crescer dói!