segunda-feira, agosto 15, 2011

Sabedoria


Num certo dia de Verão, Buda viajou de uma aldeia para outra e, pelo caminho, sentiu sede. Como já era idoso, pediu ao seu discípulo Ananda:
- Lamento mas terás de voltar atrás a uns 3 ou 4 kms daqui onde encontrarás um pequeno riacho. Tenho muita sede.
Ananda respondeu:
- Não tens de te lamentar. É com grande alegria que te sirvo. Sou eu que te agradeço, não precisas de me agradecer. Fica debaixo desta árvore para te protegeres do calor.
Ananda regressou. Ele sabia onde ficava o riacho pelo qual tinham passado. A água era límpida, como só acontece nos riachos de montanha. No entanto, quando Ananda se aproximou para tirar água, verificou que tinha passado por ali um carro de bois que deixara o ribeiro totalmente enlameado, ou seja, a lama que estava depositada no fundo tinha subido até à superfície e, com ela, folhas velhas e apodrecidas flutuavam.
Ananda voltou para junto de Buda e disse-lhe:
- Não pude trazer-te água, mas não te preocupes. A uns 6 kms daqui poderás descansar. Há um grande rio. Apesar de ser tarde, não vejo outra alternativa.
Buda retorquiu:
- Mas mesmo assim prefiro beber a água daquele riacho. Desperdiçaste tempo desnecessariamente. Deverias ter-me trazido daquela água.
- Mas – contrapôs Ananda – a água estava suja e lamacenta e folhas podres a flutuarem. Como é que eu podia trazer-te uma água em tal estado?
Buda insistiu:
- Vai e traz-me dessa água.
Relutante, Ananda regressou ao riacho. Quando chegou viu que as folhas já não flutuavam, pois tinham sido levadas pela corrente e apenas se viam vestígios de lama e de poeira que entretanto tinham assentado.
Ao ver como tudo tinha mudado, pensou que se tivesse esperado, a água cristalina teria reaparecido rapidamente. Assim fez. Esperou e pouco depois já tinha água límpida diante de si. Regressou para junto de Buda, a quem levou a água.

Esta curta história assemelha-se, mais vezes do que provavelmente pensamos, à nossa realidade e rotina. Uma muito elevada percentagem das nossas atitudes advêm de comportamentos inconscientes e de alguma precipitação. A gestão emocional torna-se importante, quer nos bons como nos menos bons momentos.
A nossa motivação está nas suas raízes e, por isso, se as entendermos (emoções) teremos ao dispor a possibilidade de optar pelos melhores caminhos que, consequentemente, nos guiarão aos resultados desejados. Dê atenção ao que o seu corpo lhe transmite, pois ele faz tudo para a/o ajudar!