terça-feira, maio 31, 2011


Consta, como saberão, que a origem do homo sapiens, tal como ele é hoje, está em África.
Os Bosquímanos são um povo indígena sul-africano que utilizam uma técnica muito engenhosa para encontrar água.
Crê-se que, nas regiões desérticas que habitam, são a estirpe mais antiga da Humanidade. A água é difícil de encontrar e um bem escasso.

Mas há uma criatura que a consegue encontrar nos lugares mais recônditos: nascentes e lagoas. O babuíno.
Assim, os Bosquímanos levam os babuínos a mostrar-lhes onde está a água, colocando algumas nozes (alimento preferido do animal) dentro de uma árvore oca. A abertura tem o espaço suficiente apenas para o babuíno enfiar a sua pata lá dentro. Quando estica o braço e agarra um punhado de nozes, já não a consegue retirar. 
O babuíno é demasiado guloso para abrir mão das nozes e, por isso mesmo, fica aprisionado. As horas vão passando e o animal acaba por não resistir e ficar sequioso. Então larga as nozes e corre à procura de água para se saciar. 
O babuíno acaba por ser o guia desejado dos Bosquímanos.

Realidade ou ficção, imaginemos que, por comparação ao babuíno, a espantosa habilidade de encontrar água no deserto é, de algum modo, equivalente à capacidade intrínseca que detem através dos seus recursos e, como tal, somente é necessário ter a consciência de que, quando quiser, os pode utilizar em benefício próprio. No fim de contas, tal como o animal esses mesmos recursos podem e estão ao nosso serviço, caso saibamos utilizá-los e lhes proporcionemos a atenção merecida. Eles são nossos aliados, são variados e completos e podem contribuir decisivamente para o nosso bem-estar. Mas tal como o pequeno mamífero, também nós ficamos presos a preconceitos, a pressupostos, a crenças sobre as quais podemos ter ascendente e, por um motivo ou por outro, socorremo-nos das mais variadas justificações para não encararmos o que, muitas vezes, está à nossa frente. Ou seja, descuramos a ajuda que o nosso organismo nos proporciona e inclusivamente o meio que nos rodeia. Repare que os recursos de que pode dispor não são somente os internos. Há que, paralelamente, privilegiar o que a natureza e o mundo exterior nos dão como opções e possibilidades. A escolha pertence a cada um de nós. Se não aproveitarmos as oportunidades que surgem, alguém o fará por nós!