sexta-feira, novembro 29, 2013

Inteligência canina






Decorridos que foram alguns anos sobre a realização de uma experiência em que cientistas italianos haviam descoberto que os cães abanam a cauda mais para a direita quando sentem emoções positivas (ao verem o dono) e mais para a esquerda quando sentem emoções negativas (perante a ameaça de um cão agressivo), um mais recente estudo levado a cabo pelos mesmos investigadores e cujos resultados foram publicados na revista Current Biology veio mostrar que os cães reagem de forma diferente conforme vêem um outro cão a abanar a cauda mais para a direita ou mais para a esquerda. E conseguiram também aperceber-se que os seus congéneres notam a diferença e sabem interpretar os sinais!
Os cientistas ainda concluíram que este comportamento espelha o que se está a passar no cérebro dos animais. A activação do hemisfério direito está interligada com o abanar da cauda para a esquerda e, consequentemente, com emoções negativas; já o mesmo processo realizado pelo hemisfério direito está associado às emoções positivas. Mas como se pode testar e comprovar que “os outros” também sentem essas mesmas cambiantes emocionais e se se apercebem delas? Através da simples visualização de filmes em que os cientistas monitorizaram as reacções de cães espectadores e de cães actores.
Para espanto de todos, constataram que o stress, a ansiedade e o ritmo cardíaco aumentavam nos espectadores caninos pelo simples facto de verem o cão actor a abanar a cauda para a esquerda; a calma e descontracção eram reconhecidas, do mesmo modo, quando o abanar da cauda acontecia para a direita.    
Também nós humanos reagimos, a maior parte das vezes,às situações e às circunstâncias envolventes de uma forma automática e sem nos concentrarmos nas reais motivações e intenções. A grande diferença está na possibilidade de utilizarmos o neo córtex que sustenta a capacidade de nos diferenciarmos e, efectivamente, podermos justificar sermos detentores de um tipo de inteligência que raramente nos lembramos de ter: IE sobre a qual Daniel Goleman já se debruçou afincada e profundamente.     

Entre a percepção ou recepção de um estímulo e a resposta ao mesmo, há um intervalo de tempo que nos possibilita utilizar a consciência e mudar  rumo das atitudes inconscientes. É esta a grande capacidade que nos distingue da maioria das espécies. E tão poucas vezes a contemplamos! Pode fazer toda a diferença nas mais diversas situações