domingo, março 18, 2012

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A força de vontade é um “músculo”. Os músculos caracterizam-se por terem a capacidade de contrair ou distender as fibras por que são compostos. São responsáveis pelos movimentos voluntários através dos quais interagimos com o meio ambiente, bem como os movimentos dos órgãos internos. Estas particularidades contribuem para a aplicação de potência e energia com que todos dedicamos quando agimos ou reagimos. Tal como em muitas outras circunstâncias da nossa existência, os movimentos, numa elevada percentagem, são inconscientes e, em alguns casos, conscientes.  
Por exemplo, imagina o que se poderia passar se o funcionamento do coração, do estômago ou dos rins não fosse automática?        
A investigação encarregou-se de confirmar o que, de alguma forma, temos a oportunidade de observar no nosso dia-a-dia quando estamos mais atentos, focados. De facto, é esta atenção que nos retém a capacidade de nos mantermos curiosos relativamente a algo que nos interessa. Face à enormidade de informação com que nos cruzamos todos os dias, parece lógico que seja feita uma triagem dos dados que individualmente se apresentam como relevantes. Até para protecção do nosso próprio bem-estar e de uma recomendável sanidade mental! Já repararam o que seria de cada um de nós se atendêssemos a todas as solicitações que os nossos 5 sentidos nos servem. Já li que são algo como 2 milhões de dados por segundo!
É de facto extraordinário como, quase sem darmos por isso, o organismo está preparado para constantemente nos salvaguardar de “abusos” exteriores e até interiores que, eventualmente, possam ter impactos duvidosos no bom funcionamento da máquina. Exemplo da selecção informativa, é o período de gestação da mulher em que se torna mais evidente e notório que, para ela própria e como por um passe de mágica, há mais grávidas a partir do momento em que há coincidência de estado. Já para o homem a questão poderá estar mais relacionada com carros. Quando, por um qualquer motivo, há interesse num determinado modelo, eis senão quando, esse mesmo protótipo parece surgir de qualquer lado e há muitos mais do que seria imaginável.
Regressando aos resultados da investigação expressa no link, como qualquer outro músculo, a força é uma condicionante implícita e intrínseca a esse mesmo recurso. O seu formato, a sua diversidade, a sua flexibilidade, a sua disponibilidade são fulcrais para que possamos agir. Mas há que ter noção de que só actuará se receber instruções, ou seja, não funciona por iniciativa própria, independentemente das referidas directrizes poderem ser involuntárias ou voluntárias. Há a convicção de que os resultados têm origem num trabalho de equipa e que as funções específicas destinadas a cada agente orgânico devem ser respeitadas para bem de toda a comunidade (que neste caso pode muito bem ser reconhecida como a totalidade das componentes e dos recursos que compõem o nosso corpo). Inúmeras vezes nem reparamos que accionamos a nossa capacidade muscular de uma forma inconsciente. Assim se passa quando caminhamos, quando nos levantamos de manhã da cama, quando alguém nos chama para ir ao seu encontro, quando exercitamos as mais diversas tarefas rotineiras. A realidade é que a inexistência dos músculos provocaria uma completa e total desagregação do esqueleto, pois são eles que sustentam a interligação óssea.
De facto e imediatamente após receberem instruções, os músculos revelam-se fundamentais para dar provimento aos nossos projectos, às nossas ideias, aos nossos planos com o intuito de intentarmos atingir os objectivos a que nos propusemos. Eles são a mola impulsionadora para que as decisões se transformem em realidade e, como tal, a força de vontade individual colabore para que a motivação seja um motor de alta rotatividade no alcance das metas pessoais.      
Convém não nos esquecermos que quando promovemos uma qualquer escolha, simultaneamente, estamos a renunciar a algo. Se assim for é de todo conveniente que optemos por decisões que vão ao encontro do que mais desejamos. É conveniente ter em atenção que os milhões de dados que nos assaltam permanentemente são filtrados através da formação reticular e de uma forma inconsciente. Aqui, são de particular relevância as crenças e os valores, pois são estes que influenciam determinantemente os resultados que nos propomos atingir. A formação reticular obedece a pelo menos um dos seguintes critérios: o que é importante para a nossa sobrevivência, algo com características de novidade e/ou algo com conteúdo emocionalmente relevante. Tudo isto em prol do nosso bem-estar!