terça-feira, abril 08, 2014

No pain, no gain!






Esta é uma frase que ouvi, num determinado dia, quando estava no ginásio. Confesso que há data, não lhe dei muita importância, quero com isto dizer, que não reflecti. Mas há medida que o tempo vai passando, para além de compreender que pode ser adaptada a diversos contextos, tem intrínseco um conceito muito relevante.

Quando ouvimos falar em mudança é algo que, na maioria das pessoas, é absolutamente normal. Ok! Mudar de carro, mudar um móvel de lugar, mudar uma peça de roupa. Tudo coisas do dia a dia, perfeitamente vulgares. No entanto e bem vistas as coisas, a mudança é externa, processa-se com algo que se baseia no TER e não no SER. Por exemplo, podemos mudar de carro porque o novo proporciona mais conforto. Mas será que não me irá causar mais preocupações de compromisso para com o meu orçamento? Será que para obter conforto me sinto confortável?

Foi recentemente que, numa conversa informal, questionei uma pessoa do meu círculo de amizade sobre o que estava a sentir sobre uma questão algo semelhante. Ao incentivo de aprofundar o sentimento subjacente e de eu lhe ter sugerido mudança após a revelação da toxidade do mesmo, obtive a exclamação “mas isso é muito difícil!”. Mas quem é que disse que era fácil?” questionei.    
Aqui chegados, podemos aferir que o grande desafio do bem-estar é SER maior que o sofrimento, o desconforto que a mudança causa e não tanto a pura e simples mudança em si mesma. No entanto, nem tudo o que parece é!

É nos “gânglios basais” que está alojada a informação que nos remete para a execução dos nossos hábitos. Na maior parte de nós, já duram há anos e é bem mais fácil responsabilizar os outros pelos resultados menos positivos que obtemos do que os colocarmos à nossa frente e os desafiarmos.
O que faz um forcado à frente do touro? Nunca ouvi nem um dizer que não tinha medo! O mesmo se passa com um alpinista, com um trapezista. O que eles fazem é dar relevância à superação.

Já repararam que na maior parte das vezes é muito mais fácil, por exemplo, entretermo-nos a olhar para os outros e zombarmos sobre uma determinada forma de vestir, sobre a cor do cabelo que adopta ou até mesmo sobre um determinado comportamento. Ai de quem nos disser que tivemos uma atitude menos apropriada ou termos feito algo mais bem feito! É bem mais fácil observarmos do que nos observarmos.

Crescer dói!? Depende da perspectiva. Se, para cada um de nós, o processo de mudança for tido como algo de baixas expectativas e estiver associado a um prejuízo, muito provavelmente será essa a percepção. Um fardo que se tem de suportar! Agora se for acolhido como um benefício e algo que vai proporcionar desenvolvimento, o caso MUDA de figura. O ânimo pode estar ali ao virar da esquina. Ah, mas é tão difícil, como a tal frase que me pronunciaram. Não é ela mesma uma desculpa? Se fosse fácil não era suficientemente motivadora; como é difícil é preferível mantermo-nos na zona de conforto.  

Focalize-se no que TEM e não no que lhe falta!