sexta-feira, julho 06, 2012

Gabinete de bem-estar







É uma expressão cada vez mais em voga que, como que por magia, parece ter maior relevância em fases em que o mal-estar mais se acentua. Ou seja, o bem-estar torna-se um tesouro quanto mais distante ele parece estar. É um pouco como o bem-amado; só damos pela sua importância quando a acessibilidade se reduz. Por um motivo ou por outro, o reconhecimento é algo a que, genericamente, não damos muita atenção.
Mas esta sensação faz parte de um todo. É o Eu. Não terá sido em vão que ao nos ensinarem a conjugação do verbo “estar”, os professores mencionavam: ser ou estar. Por isso, o bem-estar está intrinsecamente ligado ao nosso Ser.
Por mais que o tentemos iludir é difícil separar o físico da mente, o exterior do interior, o biológico do espiritual. As tentativas, por vezes, são diversas e, nesse aspecto, a imaginação não tem perdido tempo. Numa 1ª fase, a moda, a própria medicina através das cirurgias plásticas, uma crescente indústria de cosméticos e produtos ligados à beleza. Um pouco mais adiante, numa 2ª fase, encontramos a nutrição, as dietas, o perder peso. Em consonância com os patamares pelos quais optamos e enquanto a intervenção pessoal é menor, assim os resultados acabam por ser mais ou menos efémeros. Ou seja, quanto menor for a minha participação, empenho e esforço no processo, mais rapidamente se dilui o que se obteve. Até através da actividade física os nossos ensejos de bem-estar acabam por se reduzir perante o avançar inexorável da idade. O que antes era uma evolução converte-se em manutenção.
Mas, como em tudo, não há só menos boas notícias. Nada se destrói, tudo se transforma. E, por isso, devemos procurar a integração do nosso Ser. Já ouviu dizer “só olha para o umbigo”? Pois olhe para o seu umbigo e para dentro dele como forma de observar o seu centro e, simultaneamente, focalize-se na sua capacidade de expansão.
Numa 3ª fase, se dermos a devida atenção aos nossos comportamentos e compreendermos que eles derivam de uma impulsividade, por vezes desmedida, ou de crenças que nos dominam há anos, poderemos modificar o nosso estado de espírito.
Quanto mais profundo for reconhecido o bem-estar pessoal mais satisfatório é o sentimento de auto-estima.