quarta-feira, novembro 02, 2011

FIB

http://www.youtube.com/watch?v=ppgpwXl9R7A&feature=related

O que é afinal o FIB? Já todos provavelmente ouviram falar do PIB, agora FIB!?

Coincidência ou não, este conceito surgiu na mesma década em que um dos personagens que é tido como um dos mais conhecidos precursores do Coaching, refiro-me a Tim Gallowey, surgiu a difundir a importância de nos vermos “ao espelho”. Assumia ele que o maior inimigo dos compromissos pessoais era o nosso interior, o medo de nos avaliarmos, o desvendar as “máscaras” pessoais.    
Pois foi num pequeno reino que geograficamente se encontra “encravado” entre a China e a Índia, que surgiu em 1972, por iniciativa do seu monarca, o conceito de Felicidade Interna Bruta. Apercebendo-se que as condições naturais do país de apenas 700 mil habitantes não eram as mais afortunadas, decidiu preocupar-se com o verdadeiro bem-estar da população. Em vez de se centrar nos problemas, focou-se nas oportunidades. Sendo uma zona com tradições de valores budistas bem vincadas, foi com satisfação que o povo recebeu a iniciativa.
Assim, hoje em dia o Butão não é famoso pelos seus feitos económicos, por representar uma pujante indústria, mas antes por ser um exemplo a ponderar sobre o que pode significar ser “mais feliz”.
Antes de haver um percurso colectivo na procura do bem-estar, foi necessário estabelecer parâmetros individuais, sabendo de antemão que o sentimento pretendido ao contrário de ser permanente e uniforme, é antes volátil e inconstante. Foi com base em conceitos genéricos que, ao longo dos anos, se foram tornando cada vez mais sólidos e exemplo de referência internacional.  

Esta dinâmica sustentou-se em 4 pilares fundamentais: promoção do desenvolvimento sustentável, preservação e divulgação dos valores culturais, conservação do ambiente natural e estabelecimento de boa governação.
No mundo ocidental há alguns séculos que os princípios dos outrora filósofos gregos estão esquecidos. Apesar de porventura, certos sectores societários, parecerem, agora e aos poucos, pretender ressuscitá-los, os ensinamentos desta matéria são, em geral, considerados de segundo plano, mas nas comunidades orientais passa-se exactamente o contrário. Talvez por isso, aquilo que para o Velho Continente está a apresentar-se como um verdadeiro drama, coloca-se como mais um desafio para os países cuja filosofia de vida não se restringe ao PIB. A concentração total e sistematicamente permanente na medição da quantidade de comércio e transacções realizadas pelos países como forma de aferir a qualidade de vida dos cidadãos vai ter de obrigatoriamente mudar. Por isso, atentemos, sem descurar o bem-estar económico, nas restantes opções de bem-estar concretizadas através de medições métricas estatísticas:

  • Ambiental – ex.: poluição, ruído, tráfego;
  • Físico – ex.: doença, exercício;
  • Mental – ex.: uso de antidepressivos, número de doentes de psicoterapia;
  • Profissional – ex.: mudança de emprego, reclamações no local de trabalho, processos;
  • Social – ex.: discriminação, segurança, taxas de divórcio, processos de família, queixas sobre conflitos, taxas de crime, acções civis;
  • Político – ex.: qualidade da democracia, liberdade individual, conflitos com países estrangeiros.       

O impacto destas medidas foi tal que, hoje em dia, em várias universidades norte americanas se desenvolvem modelos de FIB e/ou escalas subjectivas de bem-estar que viabilizam a comparação de nações com base nestes fundamentos.

Como em todas as circunstâncias e esta não é excepção, há críticos das propostas ou das iniciativas avançadas. No entanto, não é propósito deste texto expor ou questionar a ratificação nacional ou internacional da métrica utilizada ou da exequibilidade dos preceitos, mas tão somente reforçar ideias transformadoras e positivas.      

E você, que chegou até aqui, o que precisa para Ser feliz? Questione-se!