quarta-feira, dezembro 11, 2013

O sono







Tantos de nós que não dão relevância ao sono! Não o reconhecem como função vital para o bom funcionamento do organismo e prossecução do bem-estar.
Há urgências, há preocupações para o dia seguinte, há um conflito que está latente e não se resolve, há um trabalho que tem de ser terminado ontem. Tudo pela ansiedade de o tempo não chegar!!! Até que as consequências aparecem e, muito raramente, as atribuímos à ausência de noites bem dormidas.

Mas para que serve o sono? Ao longo dos séculos tem havido muito interesse em desvendar os seus segredos e a investigação tem proporcionado pouco conhecidas conclusões. Quase todos os animais dormem, apesar de se poderem tornar presas fáceis para os predadores. Mas não dispensam a acção e, preventivamente, tentam recolher-se da forma mais protectora possível.  

Foi recentemente que na Universidade de Rochester, EUA, através de experiências com ratinhos, os cientistas concluíram que, entre outras funções, o nosso sistema central evacua para o sangue os “detritos” produzidos pela actividade do cérebro.  
Para além do “arquivamento” das memórias (emoções e imagens representativas das experiências pessoais), o sono possibilita a reposição de energia dispendida durante a vigília. As pilhas gastam-se para dar cumprimento às nossas acções e reacções quotidianas.
Um sistema a que deram o nome de glinfático apresenta a sua maior incidência e actividade durante o sono, removendo toxinas e outros subprodutos nefastos ao bom funcionamento biológico e orgânico. Nem com isto nos temos que aborrecer!
E o fascinante é que descobriram que as células responsáveis por estas funções, reduzem para mais de metade do tamanho de modo a possibilitar que o “lixo neuronal” entre no tal sistema glinfático e circule de maneira a que o funcionamento dos canais de “esgotos” do cérebro seja o mais eficaz possível.    
Quando esta limpeza falha ou não é concluída, os desperdícios vão-se acumulando e, sem nos apercebermos as proteínas tóxicas podem causar danos que, ao fim de alguns anos, se podem tornar irreversíveis. Por exemplo, a toxina beta-amilóide pode dar origem à doença de Alzheimer.

Estime-se e procure o seu bem-estar. Invoco uma célebre frase de Madre Teresa de Calcutá: “Se cada um de nós varresse a soleira da sua porta, o mundo seria mais limpo”.