sexta-feira, junho 05, 2015

Qual é, para si, o significado de saudável?




É importante que aprofundemos os temas e os conceitos que nos podem transportar para circunstâncias mais aprazíveis.

Hoje, talvez mais do que nunca, se fala e se disserta em alimentação saudável, actividades saudáveis, comportamentos saudáveis, em prol de um bem-estar generalizado e genérico. Mas o que isso representa?

São vários os factores que influenciam a saúde física, mental, emocional e, por que não, espiritual: relacionamentos no meio familiar e no trabalho, o local onde se vive, o estado de espírito e o sentido de propósito de vida da pessoa em questão, como lidar com o stress. Se estes factores não estiverem em harmonia, o indivíduo fica doente com mais facilidade. Portanto, para uma vida saudável é necessário encontrar um ponto de equilíbrio e, esse ponto é obtido com os valores do bem-estar físico, mental, social e espiritual. 

Bem-estar tem a ver com a pessoa se sentir bem consigo mesma. Contudo, podemos observar e ouvir, no nosso quotidiano, algumas pessoas que se parecem distrair dos sinais que o corpo transmite e/ou dos alertas que pessoas que as estimam lhes transmitem. Em alguns casos são vistos como críticas ou afirmações despropositadas. Por norma, o “mal-estar” acontece aos outros! Assim, é despropositada qualquer chamada de atenção alheia. Isto, para além de a maioria de nós saber perfeitamente como proceder em situações menos boas.    
 

A mudança para uma vida saudável não é urgente, mas é prioritária. A prática de uma vida saudável irá pavimentar o crescimento e aperfeiçoamento individual em busca da felicidade. Ela pode ser praticada por todos, em qualquer fase da vida, sem excepção. Cada vez mais nos deparamos com exemplos disto.Imaginando que pretende confeccionar uma das suas refeições predilectas, mas que também tem que ter em atenção o lado saudável, quais os ingredientes que utilizaria? Muito provavelmente, estamos de acordo que, na maioria dos casos, haverá uma série de nutrientes que, por se ajustarem ao senso comum, figurarão na lista, mas outros haverá que variarão em função dos gostos pessoais. Contudo, os efeitos positivos desejados só acontecerão se as combinações dos ingredientes for equilibrada. O mesmo se passa com o relacionamento corpo-mente!

Torna-se importante haver um Tempo de Integração. Com nós próprios (tal como o prefixo da palavra sugere), mas também aprender a fazê-lo com os outros e com o meio ambiente que nos rodeia. Alguns ingredientes que devem ser considerados para o efeito: tempo de sono, tempo físico, tempo de concentração, tempo interior, tempo de repouso, tempo de diversão, tempo de conexão. A generalidade das circunstâncias e das situações está interligada com algum destes ponderadores.

A título de exemplo, estes são alguns dos factores que devemos ter em linha de conta para integrar o conceito salutar de uma prática que se revela nuclear: relacionamentos duradouros, projectos úteis, hábitos saudáveis, lazer e relaxamento, sentido de vida, roda de amigos, saber lidar com situações stressantes, generosidade, gratidão…    

No fim de contas tudo o que possa fazer parte do nosso “mundo interior e mundo exterior” e que nos permita colocarmo-nos num contexto social positivo tem repercussões tanto a nível físico como mental.

Indícios invisíveis no sistema mente-corpo têm consequências físicas e vice-versa, pois o sistema não é unidireccional. As células, como reacção a um mundo em constante mutação, adaptam-se instantaneamente. O cérebro é um aliado para se tornar o mais adaptável possível. Se a pessoa ficar presa a um determinado comportamento, hábito ou crença de que se recuse a abrir mão, estará a embotar a plasticidade do seu cérebro. Talvez por isto e muito mais, houve a necessidade de criar uma nova disciplina: a psicologia positiva!

As questões que se seguem são válidas para muitas e diversas circunstâncias na vida pessoal.
1.    O que quero? (declaração positiva)
2.    Quando, onde e com quem quero isto?
3.    O que ouço, vejo e sinto quando alcançar este resultado?
4.    Sou responsável pelas mudanças que procuro?
5.    O que posso perder se alcançar este resultado?
6.    Vale a pena o resultado se considerar o que custa para o obter?
7.    Quais são as consequências se o objectivo for alcançado?

 

Para finalizar, socorro-me de uma frase do professor universitário e filósofo do desporto Manuel Sérgio: “A prática é mais importante do que a teoria e a teoria só tem valor, se for a teoria de uma determinada prática”.
 

terça-feira, maio 19, 2015

Jogar para não perder ou jogar para ganhar?






Em muitos casos da nossa vida temos de actuar como treinadores. Temos de tomar decisões. Aliás, muitas situações se assemelham a circunstâncias de um qualquer jogo. Jogos de estratégia, jogos de cartas e, por vezes até, os chamados “jogos de sorte ou azar”. O que pode diferir entre eles é a influência que o jogador pode ter no resultado final e a gestão entre a interferência da razão e/ou da emoção. Contudo, é recomendável que ponderemos sobre os prós e os contras. Mas será que o fazemos com a frequência desejável?
Faço esta abordagem depois de recentemente ter presenciado duas ocorrências que podem revelar muitos dos comportamentos que a maior parte de nós tem no dia-a-dia. Começo por um 1º exemplo. Numa faixa lateral de uma avenida relativamente larga e fechada à circulação de automóveis, há uma ciclovia em que, no chão, está bem sinalizada e em cores distintas, aliás como na maior parte dos casos semelhantes, quem supostamente deve ser o utilizador ou utilizadores da mesma. Apesar disso, um destes dias constatei que há muito mais transeuntes a utilizá-la do que o passeio propriamente dito, que lhe é adjacente e que é destinado aos cidadãos para se deslocarem em segurança. Os ciclistas tilintam as campainhas, chamam a atenção, barafustam, mas qual quê! Acontece um pequeno desvio momentâneo para evitar o acidente, mas tudo volta ao normal. Até um dia!
Num 2º caso, estava a almoçar com uma pessoa que havia estacionado o carro perto do local onde nos encontrávamos. Hoje por hoje, como na maior parte dos casos, as cidades estão inundadas de parquímetros. O período pago de estacionamento já se havia esgotado há 15 minutos. Como a pessoa que me acompanhou na refeição não tinha a noção se os níveis de exigência dos fiscais, daquela zona, era muito grande e apesar de habitualmente haver uma menor probabilidade de penalização àquela hora, sugeri que fosse colocar uma moeda de 50 cêntimos para prevenir qualquer percalço. Sempre era mais barato do que ficar sujeito a uma multa! Pois tive de insistir para que a pessoa se decidisse a fazer algo. Não se passou nada de desagradável, mas entre a noção de que poderia estar sujeito a um dissabor e a tomada de decisão, passaram sensivelmente 15 minutos! O tempo suficiente para um qualquer agente providenciasse uma prendinha.
Estes casos são meros exemplos do tipo de comportamentos que, todos os dias, a generalidade das pessoas têm. Em algumas circunstâncias os resultados podem ser, mais ou menos, negativos; noutros as consequências podem ser positivas por mero acaso. São aquelas em que ouvimos “tive cá uma sorte!”. Já reflectiu sobre a frequência e intensidade com que este tipo de acontecimentos têm lugar na sua vida? Será que, na maioria dos casos, sai “a ganhar”? E que quantidade de vezes são os outros que têm culpa do que está a acontecer? Que semelhança estes exemplos têm com o que enfrenta quotidianamente, quer na sua vida profissional quer no seu percurso pessoal?
É exactamente para quando este tipo de circunstâncias acontecem que a Mudança foi inventada. Certamente que é muito mais fácil pensar e responsabilizar quem quer que seja pelos factos. Mas o que é que isso adianta? Quando o faz, sente que, na realidade, o assunto ficou encerrado? Ora experimente falar com a emoção que representa o que está a sentir para ouvir com atenção o que ela tem para lhe dizer! 
A escolha é sua, mais uma vez!          
 

quinta-feira, março 19, 2015

Momentos marcantes










Tente recordar-se de uma música ou tema que a/o transporte para um momento especial, uma aventura que deixou marcas, um filme que foi visto em circunstâncias pouco habituais e que teve um impacto considerável. Ou seja, momentos marcantes de um passado que nos faz reviver acontecimentos muito bons e menos bons, mas que fazem a diferença. Recorda-se de todos os pormenores? Não temos, de todo, essa capacidade, apesar de os nossos comportamentos, na maioria das vezes, reflectirem o contrário. É quase com uma certeza absoluta que relatamos essas vivências como se fossem totalmente fidedignas. Isto, quando, por vezes, não respondemos à pergunta: “o que jantaste ontem?

Mas são as nossas recordações dignas de crédito ou, antes pelo contrário, podem ser uma armadilha ou estar mais perto da virtualidade do que da realidade? Provavelmente, é há séculos que o ensino nas escolas acredita que a lembrança existe. Como é ensinada hoje a tabuada? E os pronomes, os rios e seus afluentes? Será que ainda é uma máxima ensinar para lembrar e lembrar para aplicar? É hoje sabido que a memória não consiste numa lembrança pura do passado, mas é antes uma reconstrução com micro ou macro diferenças. Já se propuseram recordar como uma pessoa apareceu vestida num determinado evento? E experimentem fazer a pergunta a diferentes mulheres que estiveram presentes? E como são as respostas masculinas quando comparadas com as femininas?

Se tentarmos recordar o dia mais triste ou o mais alegre da nossa vida, não vamos resgatar os mesmos pensamentos e reacções emocionais daquele momento. Serão reconstruídas sensações próximas das experiências iniciais, mas não exactamente as mesmas que, à data, foram sentidas. O que isso pode demonstrar? Que não podemos fanaticamente verbalizar alegações fundamentadas em pressupostos, mas também que a memória nos pode ajudar a sermos criativos e promotores de novas ideias. Já Einstein afirmou: A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo”.

O passado é um alicerce para construirmos novas experiências, mas não para vivermos em função dele. Quando nos recordamos de uma vivência com um amigo de infância, uma brincadeira na escola ou um acontecimento de maior impacto emocional, essa recordação nunca é uma lembrança pura e absoluta. Será sempre uma reconstrução mais ou menos aproximada da experiência original. As cores, os sabores, os cheiros influenciam o estado emocional de cada um de nós, bem como o ambiente social em que estamos. E isto não se repete! Se estivermos numa festa e recordarmos uma experiência de rejeição, por exemplo, talvez sintamos apenas uma leve sensação ou, à distância, até podemos achar graça ao facto.
A memória não pode ser tida e encarada como uma máquina de repetição de informação, como os computadores! É um centro de criatividade. Por isso, é importante alterar os paradigmas de ensino e educacionais. As crianças, os jovens têm e devem ser preparados para pensar e não para repetir dados através do uso das recordações. Até porque, cada vez há mais informação. E como seleccioná-la? É fundamental compreendê-la para depois se alcançar a sabedoria. Para tal é preciso saber interpretar e perceber se as consequências, pessoais e colectivas, são ou não positivas. A boa utilização da memória é importante para o seu bem-estar! Por isso, trate com a devida vénia essa faculdade, mas não lhe dê excessivo crédito. Como em tudo, é o equilíbrio que nos deve reger.   

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

Sucesso, onde estás?








O êxito é algo que é distinto para cada um de nós. Efectivamente, ao desejarmos alcançar diferentes objectivos, profissionais e pessoais, a receita do sucesso tem diferentes ingredientes, de pessoa para pessoa. A motivação intrínseca e extrínseca leva-nos a abraçar os desafios de uma maneira mais ou menos difícil, necessitando de mais ou menos tempo, com maior ou menor emocionalidade e com maior ou menor empenho ou força de vontade. No essencial, é pedra de toque que o indivíduo esteja disposto a querer atingir ou alterar alguma coisa. O vencedor persiste; o perdedor desiste!
As nossas vivências remetem-nos para determinados condicionamentos. É com base nesta programação que os nossos pensamentos acontecem. Por sua vez, estes assumem uma dimensão emocional e um significado que tem tudo a ver com a forma como avaliamos o mundo exterior e de acordo com as experiências de cada um. É em função desta panóplia de interpretação informativa que agimos e, com o decorrer do tempo, criamos os nossos hábitos. Sim, somos seres de hábitos e, por isso mesmo, actuamos na maior parte das vezes em piloto automático. Se a montante estão os condicionalismos de uma série de anos de aprendizagem, muitas das vezes, pouco questionada, a jusante deste processo, têm lugar os resultados. É aqui que poderemos apreciar o sucesso e celebrá-lo! Atenção. Não haja ilusões; muito raramente e independentemente do prazo, estes encadeamentos são fáceis. Talvez por isso, o êxito assiste somente a uns quantos.
Em tudo há uma relação de causa/efeito. Se uma raiz for de qualidade porque eu próprio plantei uma semente de acordo com as minhas ambições, os frutos serão a condizer. No entanto, em muitas circunstâncias da vida, debruçamo-nos sobre o efeito e não sobre a causa dos acontecimentos. Se a primeira tendência é de criticar ou dirigir as responsabilidades do que aconteceu para os outros, tornar-se-á, certamente, mais difícil compreendermos o que pretendemos transformar. Tendo o conhecimento por base, é a compreensão que nos leva à sabedoria. Sem ela, temos mais dificuldade em chamar a consciência, factor que nos diferencia e nos sustenta na harmonia pessoal.
Para alcançar a riqueza (não só a financeira), a mudança de paradigma deve comportar 4 fases:
Ø  Consciencialização, porque não mudamos o que, por qualquer motivo, ignoramos ou fingimos desconhecer;
Ø  Compreensão das causas do processo de pensar;
Ø  Dissociação do actual paradigma, procurando outras opções;
Ø  Recondicionamento como modo de reaprendizagem de novas metodologias.

Isto é válido para quem quer ser um melhor pianista, um melhor jogador de golfe, um melhor mágico e até um melhor pai ou uma melhor mãe.
Se outros conseguem, por que não eu? É aqui que começa, mas não é aqui que acaba. A programação, o pensamento e o sentimento são condicionantes internas ou externas? Estão de acordo que são internas. E os resultados? Só podem ser devidamente avaliados se forem externos. A acção é a ponte entre o mundo interior e a realidade exterior. Sem ela não existe sucesso! E ele começa na intimidade de cada de um de nós e não na daqueles que nos rodeiam. 
 

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Que motivos?





Num recente artigo de jornal, li uma referência a uma mulher que, no papel de esposa e enquanto participante num seminário para casais, respondeu à pergunta “O seu marido fá-la feliz?” desta forma (resposta parcial, dada em jeito expressivo e inquieto): “O meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz e isso não depende dele e sim de mim”.
Desejamos viver de satisfações momentâneas e sofrimento contínuo ou de prazeres continuados e dores momentâneas? Genericamente, o nosso bem-estar está interligado ao prazer e, consequentemente, aos motivos que escolhemos para trilhar o caminho que se nos afigura mais coerente com aquilo que, na realidade somos. As diferenças entre aquilo que, na realidade, somos, o que os outros nos dizem sermos e aquilo que desejaríamos ser, remete-nos para um intrincado jogo de imagens e sombras. Contudo, mesmo percorrendo os atalhos pelos quais nos entretemos a deambular, uma coisa é certa. É escusado tentarmos fugir daquilo que na realidade somos, pois nós próprios andaremos sempre na nossa companhia!
Mas, afinal, tal como a mencionada esposa anunciou a quem a quisesse ouvir, como saber das nossas Motivações? A construção da própria palavra nos ajuda. MOTIVO + ACÇÃO. Quais são os seus Motivos para fazer aquilo que faz? Há 2 tipos de motivadores: positivos e negativos. Os primeiros conduzem-nos ao desejo, às situações de prazer; os segundos à dor e ao sofrimento. De realçar que, de nada adianta, procurarmos noutro lugar o que julgamos não encontrar em nós.
Foi com base neste pressuposto que A. Maslow criou o seu modelo piramidal, no qual evidencia a famosa “Hierarquia das Necessidades”. Os degraus inferiores devem ser observados e contemplados antes dos seus superiores, sob pena de a desejada harmonia não ser alcançada. Por exemplo, o equilíbrio “social” não acontecerá se os padrões de “segurança” (regras, lei) não forem uma realidade. Esta realidade tem impacto no colectivo, mas antes é o indivíduo que sente esse desajustamento e que o repercute na sociedade. Contudo, deve-se realçar que suprir o que é básico não é suficiente, mas tão só convenientemente aconselhável. 

                                   sem nome                

Aqui chegados, todos desejamos enveredar pelo encontro com os motivadores positivos. Saber o que se quer, mas também o que não se quer, pode ajudar.
Por outro lado, também nos podemos deparar, de vez em quando, com os motivadores negativos que se subdividem em passivos e activos. Os passivos são aqueles que nos impedem de sentir um motivador positivo; os activos acontecem quando algo gera desconforto ou desagrado. Por exemplo, a remuneração que recebemos até pode ser interessante, mas se não há significado no que fazemos ou não somos reconhecidos, esse benefício dilui-se; ou quando alguém tem de lidar frequentemente com a incerteza profissional, pode pretender ambicionar constância pessoal. Os motivadores negativos têm origem na escassez ou ausência dos motivadores positivos. Caso a sua manutenção subsista por inacção ou desinteresse, o mais certo é alcançarmos o conformismo da estagnação e, com ela, a desmotivação.
Imaginemos que temos 2 contentores. Um que queremos encher de prazer; outro que desejamos, a todo o custo, sentir esvaziado de sofrimento. Capitalize o 1º e descapitalize o 2º. Mas de quê? Qual a sua prioridade: pertença, mudança, progresso, interacção, estímulo, condições físicas, independência, reconhecimento, contribuição, generosidade, riqueza, prosperidade? A escolha é sua, tal como a esposa que, no início do texto, chamou a si essa responsabilidade.