São muitos e variados. Então o que pode ser entendido por
paradoxo. Numa abordagem simplista diria que se trata de uma contradição
lógica. Já aqui há algo que nos permitirá reflectir. Contradição lógica? Será esta
terminologia um sinal de que devemos estar alerta!?
No entanto, concentrar-me-ei sobre o que entendo ser um mito,
para além de um paradoxo. O do pretenso conceito de igualdade. É intenção da
própria Constituição Portuguesa manifestar “igualdade real entre os
portugueses“ no seu art.º 9, alínea d); um dia destes estava a ler um artigo em
que o autor mencionava a pretenda “igualdade perante a lei”; por vezes ouvimos
a pretensão de haver “igualdade de oportunidades”; em alguns casos, os casais,
os filhos abordam esta mesma questão, da igualdade, nos seus direitos. E por aí
adiante. Como outorgar tal essência se nos mais corriqueiros acontecimentos
diários nos defrontamos com significativas diferenças, por vezes, abismais no
âmbito social, económico, jurídico, desportivo, individual, comportamental?
Para os devidos efeitos e numa perspectiva meramente
pessoal, algo que nos poderá permitir fundamentar ou não esta questão é, em
primeira instância, uma apreciação do género e, num segundo patamar algo que
nos diferencia do mundo animal, a possibilidade de utilizar o cérebro. Neste particular,
compreender as emoções como resposta aos estímulos.
É hoje sabido que, numa perspectiva superficial, tal facto (igualdade),
tratado como generalidade, fere as mais básicas percepções do que é o Ser
Humano. Mais ainda se nos debruçarmos sobre a diferença de géneros. Homem e
Mulher são diferentes ou iguais? Como se pretende que haja igualdade, por
exemplo, a nível profissional se o cérebro, na sua estrutura é diferente? Como
se pretende que os géneros sejam compatíveis se, na essência, os métodos de
comunicação, a cultura masculina e feminina subjacente, a educação são bem
diversas? Há que parar com esta ilusão pois as pessoas fundamentam expectativas
que não têm qualquer possibilidade de se concretizar.
As mulheres têm tipicamente mais memória verbal e cognição
social; os homens mostram uma maior capacidade motora, habilidades em
actividades que requerem visualização tridimensional e uma maior propensão para
a agressividade física. Se nos recordarmos como os professores na escola
primária nos relatavam (será que ainda falam disto?) dos tempos da “Idade da
Pedra” a mulher era, já nessa época, protectora e o porto seguro do clã; o
homem integrava todos os requisitos antes mencionados como um ser
essencialmente caçador, responsável pela sobrevivência da comunidade.
As experiências mostram que as mulheres têm mais ligações
entre os 2 hemisférios do cérebro; os homens têm mais ligações dentro de cada
um dos hemisférios. Já na região que está associada ao pensamento motor
(cerebelo), os homens apresentam mais ligações entre os dois hemisférios. Como
a parte esquerda do cérebro está mais “apta” para lidar com o pensamento lógico
e a parte direita está mais associada ao pensamento intuitivo, são as mulheres
que melhor sintonizadas estão para esta comunhão. Têm melhor memória e são mais
emocionalmente envolvidas e, quiçá desenvolvidas. Por outro lado será a
desenvoltura motora que justifica que a maioria dos chefes de cozinha sejam
homens?
Quanto mais tenras forem as idades menores as diferenças de
géneros. Após os 13 anos, vão aumentando gradual e mais substancialmente. Será,
por tudo isto, mais salutar aceitarmos a diversidade em vez da igualdade. Caso
contrário, ao interiorizarmos e partilharmos este tipo de conceitos com aqueles
que connosco privam, podemos estar a contribuir para uma inusitada geração de
conflitos e queixas sobre algo que, muito provavelmente em poucos pormenores e
especificidades, nada tem de congruente. A procura individual do bem-estar deve
observar, entre outros recursos, a utilização da consciência e, é ela que, na
sua plenitude, nos permitirá alcançar os objectivos pessoais. Se a diversidade
for elevada, melhor! Conjugaremos e consolidaremos o que de melhor há em cada
um para que os resultados sejam potenciados, como de uma roda motriz se trate.
Para que ela funcione, não são os primeiros embalos que são mais difíceis? Quem
pára uma bola de neve em movimento?
Vamos por isso ser capazes de saber integrar várias
perspectivas e enquadrar as diferentes opiniões, de modo a que as interacções
sejam vencedoras e com o mínimo deficit
possível. A flexibilidade e a aceitação é também uma forma de respeito pelo
outro que, desta forma e ao saber que se pode pronunciar, se sente reconhecido
e “validado”. Está ou não em causa o bem-estar de afirmar e querer passar a
mensagem que somos “iguais”? Em que casos e circunstâncias isto acontece?
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