Já
algumas vezes tenho escrito sobre este tema. Afinal de contas é o que
nos move, caso contrário, remetemo-nos a uma inércia que em nada
contribui para o nosso bem-estar.
Este
sentimento acaba por ser constituído por uma amálgama de ingredientes
que, uns em maior ou em menor intensidade e quantidade, se vão
misturando e nos levam à alegria, ao optimismo, à atenção, ao júbilo, ao
êxtase, à celebração, à saudação efusiva, ao reconhecimento, à partilha e por aí adiante.
No
espaço de uma semana li informação publicada que relatava dados de uma
organização interna relativos à maneira como os portugueses se sentem em
relação à Felicidade.
Divulgava que, surpreendentemente e com base num questionário preparado
por clínicos de especialidades consentâneas com o tema, apesar da
atmosfera algo densa reinante no país, havia um sentimento generalizado
de felicidade. Decorrente do trabalho de campo realizado
em Setembro 55% dos inquiridos estavam felizes, sendo que 12% desses,
estavam mesmo muito felizes (ainda são mais de 1 milhão de pessoas muito
felizes!); 26% estavam no registo “vai-se andando”; já numa perspectiva
de esperança 79% (uau) consideram-se medianamente
ou mesmo optimistas contra apenas 18% que estão algo cansados; das
pessoas questionadas 69% responderam que estão tão ou mais felizes do
que há 3 anos.
Já
um estudo sobre o bem-estar da OCDE proporciona dados algo diferentes.
Sendo que pertencem a esta organização 36 países maioritariamente
europeus, embora também estejam
representados EUA, Nova Zelândia, Rússia, Israel, Japão, a análise
incidiu sobre 11 tópicos que se distribuíam por áreas como as condições
materiais ou a qualidade de vida familiar: habitação, salários, emprego,
educação, segurança e conciliação do trabalho
com a vida familiar.
Em geral, diz o estudo, num dia normal em Portugal 71% das pessoas dizem ter mais experiências positivas (descanso, orgulho nas conquistas
conseguidas, satisfação) do que negativas, ficando, por isso, abaixo da média de 80% encontrada neste estudo.
Independentemente dos dados genéricos e estatísticos, a Felicidade é subjectiva e cada um poderá "construi-la" da melhor maneira
que entender. Aquilo que me satisfaz não tem obrigatoriamente que
agradar ao outro! Mas a questão também passa por aqui. Se vivemos em
comunidade temos que contribuir para que os outros sejam ou possam ser felizes, compreendendo quais as suas necessidades e desejos. Muitas vezes, dá-se e contribui-se com dinheiro. Este meio de sobrevivência torna-se indispensável
para quem não tem o mínimo para cumprir as necessidades básicas (Abraham
Maslow), mas, tal como outro tipo de estudos nos demonstraram, a partir
de determinado montante que, certamente, pecará por excesso, são mais
as amarguras do que as satisfações.
No
entanto, uma coisa parece evidente. A Felicidade, em primeira
instância, passa por nós. Eu nunca serei feliz por somente ver os outros
felizes. Permitam-me 3 dicas:
-
Ser proactivo: através da acção pessoal, antecipo-me ao estímulo
externo. A resposta reactiva é dada por alguém que não eu. Procurei ir
de encontro aos meus desejos e seguir a minha intuição;
- Ter sempre um objectivo em mente: é através da convicção e perseverança que concretizarei o que pretendo e, consequentemente, conseguirei alcançar o meu "centro", o meu "ânimo";
- Saber o que é realmente importante: em muitas circunstâncias movemo-nos pela
urgência ou pelo que o exterior nos solicita. Os resultados, na maior
parte das vezes, não são os desejados. Compreende-se bem porquê!