De
uma forma mais ou menos acentuada todos nós, em vários momentos,
sentimos a necessidade de ter segurança. Não só ser seguros,
mas também estar seguros! Aliás foi este desígnio que fez com que
Abraham Maslow nos desse a conhecer, no início do século passado, a sua
“Hierarquia das Necessidades” em que este valor aparece imediatamente a
seguir às necessidades fisiológicas básicas. Segurança
de emprego, da família, da propriedade, da saúde…
Isto
leva-nos para as preocupações sobre o que pensam de nós? De
questionarmos o sentido do modo como nos tratam? Da maneira como
nos consideram? Dos papéis que nos atribuem? Do nosso estatuto? Enfim,
um rol de temas cujo impacto advém do espelho social que cada um de nós
é, da influência de paradigmas, ideias, opiniões de quem está à nossa
volta, sem que atentemos a dedicar-nos a aprofundar
a razão de ser das questões. Por vezes, alegamos até falta de tempo
como se fosse possível alguém nos ofertar aquilo que não sabemos
estimar, mas que a maior parte das vezes tem custos de oportunidade,
apesar de distraidamente pensarmos que, mais tarde ou
mais cedo se realizará!
Já alguma vez encontrou alguém que acreditou nas suas capacidades quando nem você mesma/o acreditava ser capaz? O que sentiu?
Que diferença passou a representar essa pessoa na forma de “ver” o mundo? É esta motivação um factor meramente exógeno?
À
semelhança de um equilibrista radical que se arrisca a percorrer um
arame metálico que une dois pontos muitos metros acima do
solo, também nós nos podemos atrever a sair da nossa zona de conforto
ou, antes pelo contrário, mantermo-nos numa zona de segurança que nada
de novo nos traz. Aquilo, que por vezes acontece, é que essa sensação é
uma mera ilusão, pois quem nos rodeia pode
interferir nesse mesmo estado de espírito e, aquilo que aparentava ser
segurança leva-nos a questionar se não se tratará do seu oposto! Afinal,
o que é a “segurança”? O que representa?
Tal
como ouvimos ou lemos relacionado com um país, há trâmites e preceitos
relativos à segurança interna e externa. Sobre esta,
a intervenção e atitude acaba, em muitos momentos, por ser de
dependência, pois o controlo sobre o que os outros fazem ou deixam de
fazer, não depende de nós e, para além disso, estamos “reféns” de uma
boa e verossímil informação. Entre nós e a interacção societária,
as coisas não serão, provavelmente, muito diferentes. Embora as
descobertas científicas permitam, cada vez mais e com maior frequência,
sustentar a alteração de paradigmas, há a ideia generalizada que há uma
herança genética vinda dos nossos avós, uma influência
psicológica dos nossos pais e uma matriz emocional adquirida das nossas
interacções sociais com professores e amigos. Mas esta perspectiva pode
mudar!