Tantos
de nós que não dão relevância ao sono! Não o reconhecem como função
vital para o bom funcionamento do organismo e prossecução do bem-estar.
Há
urgências, há preocupações para o dia seguinte, há um conflito que está
latente e não se resolve, há um trabalho que tem de ser terminado
ontem. Tudo pela ansiedade
de o tempo não chegar!!! Até que as consequências aparecem e, muito
raramente, as atribuímos à ausência de noites bem dormidas.
Mas
para que serve o sono? Ao longo dos séculos tem havido muito interesse
em desvendar os seus segredos e a investigação tem proporcionado pouco
conhecidas conclusões.
Quase todos os animais dormem, apesar de se poderem tornar presas
fáceis para os predadores. Mas não dispensam a acção e, preventivamente,
tentam recolher-se da forma mais protectora possível.
Foi
recentemente que na Universidade de Rochester, EUA, através de
experiências com ratinhos, os cientistas concluíram que, entre outras
funções, o nosso sistema central
evacua para o sangue os “detritos” produzidos pela actividade do
cérebro.
Para
além do “arquivamento” das memórias (emoções e imagens representativas
das experiências pessoais), o sono possibilita a reposição de energia
dispendida durante a
vigília. As pilhas gastam-se para dar cumprimento às nossas acções e
reacções quotidianas.
Um sistema a que deram o nome de
glinfático apresenta a sua
maior incidência e actividade durante o sono, removendo toxinas e
outros subprodutos nefastos ao bom funcionamento biológico e orgânico.
Nem com isto nos temos que aborrecer!
E
o fascinante é que descobriram que as células responsáveis por estas
funções, reduzem para mais de metade do tamanho de modo a possibilitar
que o “lixo neuronal” entre
no tal sistema glinfático e circule de maneira a que o funcionamento dos canais de “esgotos” do cérebro seja o mais eficaz possível.
Quando
esta limpeza falha ou não é concluída, os desperdícios vão-se
acumulando e, sem nos apercebermos as proteínas tóxicas podem causar
danos que, ao fim de alguns anos,
se podem tornar irreversíveis. Por exemplo, a toxina beta-amilóide
pode dar origem à doença de Alzheimer.