Todos nos levantamos da cama pelas mais variadas
razões e em diferentes circunstâncias. Frequentemente não nos damos
conta de que a motivação pessoal é mesmo individual, ou seja, é
específica. Por este facto ser constatável, já prestou
atenção ao que o seu corpo lhe diz no início de cada dia? Já lhe
perguntou como se sente? Já se apercebeu que ele tem a capacidade de lhe
transmitir informação que não deve desconsiderar?
Tal como quando nos cruzamos com muitas pessoas
conhecidas e rotineiramente lhes perguntamos “como estás?” e a resposta
também poucas vezes é pensada e sentida, assim tratamos do nosso corpo. É
um conjunto de hábitos adquiridos que acaba
por nos dispersar de algo que ninguém a não ser o próprio pode
solucionar (caso se revele necessário). Podem até outras pessoas
alertar-nos para algo que, na sua perspectiva, não está assim tão bem,
mas
lá está ela/ele! Mas nem sequer me estou a referir a qualquer
tipo de doença. Refiro-me somente à actividade física que é benéfica
para todos nós. Que se saiba e nas mais variadas vertentes, não há
contratempos e/ou efeitos secundários nefastos desde
que observados alguns cuidados e preceitos. Têm obviamente de ser tidos
em consideração diversos factores para que as vantagens se façam
sentir. Um dos fundamentais será certamente a pessoa conhecer-se a si
própria.
Há tanta diversidade de actividades com tanta
quantidade de variantes que é muito difícil cada um de nós não gostar de
praticar exercício para seu próprio benefício. Sim, é bom para o
próprio e para a generalidade daqueles que com ela/ele
convivem ou se relacionam. E mais! O impacto não se faz sentir somente a
nível físico. Já na antiguidade havia a noção de que
mens sana corpore sano, razão pela qual, mesmo que queiramos, não
nos é possível segmentar o nosso ser. Só por uma questão de
sistematização e racionalização é que há a tendência para subdividir o
corpo humano, mas, na realidade, é um todo, um puzzle
que, quanto mais equilibrado estiver, melhor.
Um estudo realizado num período de 3 meses com adultos sedentários revelou significativas melhorias no
hipocampo que é o nosso mealheiro das memórias. Os exercícios
resumiram-se a fazer actividade física aeróbica durante uma hora, 3
vezes por semana. Os aparelhos utilizados foram uma bicicleta estática
e/ou passadeira, havendo um grupo de “atletas” e
um outro de controlo. A actividade sanguínea foi controlada antes,
durante e depois do treino através de exames de imagiologia. Foi
constatado que houve “aumento de fluxo nas regiões chave da cognição”
bem como todos os parâmetros cardiovasculares registaram
melhorias importantes. E, na maior parte dos participantes os
benefícios fizeram sentir-se num muito curto espaço de tempo, 3 semanas,
permitindo aos adultos uma motivação extra para manter com mais
regularidade a manutenção da actividade. A natureza aeróbica
dos exercícios teve impacto nas funções executivas, na capacidade de
visualização espacial e na velocidade de processamento de informação.
Como o consumo de medicamentos não tem reduzido,
antes pelo contrário, um consórcio de investigação médica realizou um
trabalho de análise e avaliação clinica a doentes que se têm socorrido
de medicação para doenças cardíacas. A conclusão
foi inequívoca. Uma percentagem muito elevada dos doentes tinha uma
vida sedentária, sendo que, mesmo aqueles que não cumpriam as horas
recomendadas de actividade física, reproduziam melhores resultados que
os outros. Neste caso, 45% dos homens eram suficientemente
activos e a percentagem de mulheres já só se situava nos 28%.
Como não há como separar as 4 principais dimensões
humanas, admitamos que quanto melhor for a sinergia entre elas mais
satisfatório será o nosso bem-estar. Haja a motivação e a determinação
para as harmonizar, sendo que o exemplo supra
é somente um exemplo da interligação que o físico tem com o mental, mas
as vantagens podem ser bem mais alargadas noutras vertentes. Será
melhor despender 3 horas semanais a promover a saúde física, mental e
emocional e beneficiar com as vantagens que tal
decisão pode ter nas interacções diárias e no sentido individual de
missão ou optar por se penalizar financeiramente e muito mais quando,
por qualquer necessidade, tem de recorrer a medicamentos?
Já reparou que o que está em causa é equivalente a
1.79% do tempo que corresponde a uma semana? Será que a sua saúde não
vale esse compromisso? O ser humano deseja que a recompensa surja o mais
rápida possível. A paciência é algo que deve
ser treinada e adquirida como uma ferramenta para alcançar objectivos.
Sendo que o dispêndio de energia que acontece na actividade física
aparenta um só sentido e é imediato, as compensações obtidas são bem
mais compensadoras ao nível do descanso, dos relacionamentos
pessoais, da destreza diária e do positivo estado de espírito que se
começa a instalar.
Faça por se inundar de endorfinas e revitalizar o
seu modo de vida. Todos ganham, a começar por si! Se continuar a fazer o
que fez até agora os resultados não se alterarão. É isso que quer?
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