Ocorreu-me
escrever sobre este tema com base em duas premissas. A 1ª, mais óbvia,
por estarmos em tempo de férias; a 2ª, por ter tido acesso a uma notícia
cujo título
era “Greta viveu 1 ano sem gastar dinheiro”. Curioso, li-a. À notícia
claro!
Basicamente
descreve que uma jovem alemã decidiu colocar “em causa” o actual
sistema financeiro. Este teste surgiu após uma opípara refeição em casa
da sua avó. Concluiu
que o desperdício era enorme e, logo se decidiu a avançar para a
experiência. Para o efeito, a alimentação era conseguida através de
produtos hortícolas cultivados pelos próprios utilizadores, bem como
outro tipo de bens e víveres necessários para a sua subsistência;
a mesma coisa se passava com os produtos de higiene e por outro tipo de
estratégias de auto sobrevivência. Como em todas as circunstâncias, no
final da aventura deduziu que houve coisas positivas e outras que nem
por isso!
Mas
isto para testemunhar que há casos em que, quase sem nos apercebermos,
há excesso de bagagem; outros, talvez em menor numero, em que a mesma
peca por escassez. Quer
num caso, quer noutro, não há equilíbrio e, como tal, carregamos peso a
mais ou acaba por nos faltar algo que só nos lembramos quando queremos
utilizar.
Em
muitas ocasiões do nosso quotidiano isto acontece. No entanto, constato
que, nos mais variados exemplos que me ocorrem, para além de haver
pouca sensibilidade para
que haja ponderação sobre a bagagem que se transporta, seja na ausência
ou no cúmulo do que é efectivamente necessário, o peso que carregamos é
concentrado por artefactos externos ao nosso próprio Ser. E em que
circunstâncias damos importância ao excesso de
“bagagem emocional”? E quando damos atenção ao nosso deficitário
bem-estar? E em que casos escutamos o que o nosso corpo nos transmite? E
como reagimos ao que as outras pessoas nos dizem? Ou seja, como
avaliamos a nossa bagagem interior?
Tal
como a bagagem intelectual individual, que nos permite dar resposta às
mais variadas solicitudes do dia a dia, através da utilização dos
recursos que nos são disponibilizados
e da aprendizagem conseguida, também a focalização na harmonia das
dimensões emocional, física, mental e espiritual deve ser tida em conta.
A
nossa competência também nos deve ser dirigida, sob pena de que, se nos
distrairmos do que, na realidade, nos interessa, é uma questão de tempo
esse balanço não nos
ser favorável, quer por defeito, quer por excesso.
O
modo como pensamos, o modo como sentimos, o modo como agimos tem
reflexo na forma como nos expressamos. Se as palavras que utilizamos
indiciam uma carga negativa é dessa
mesma forma que olhamos o mundo e, então, ele torna-se uma ameaça e
acaba por nos causar sofrimento. Mas se a perspectiva pessoal é de cariz
confiante e satisfatório, o que transmitimos e comunicamos é,
certamente, associado do prazer. Faça um pequeno exercício!
Experimente gravar os seus diálogos. Alguns dias mais tarde e de uma
forma serena, preste atenção às palavras que utilizou e dedique algum
tempo a apreciar que tipo de sentir elas lhe transmitem?
A
opção é sua! As percepções pessoais estão interligadas com aquilo a que
damos atenção e com o significado que damos às nossas experiências.
"Você não é o que você pensa que é, mas o que você pensa,
você é!" – Norman Vincent Peale