Esta
é uma frase que ouvi, num determinado dia, quando estava no ginásio.
Confesso que há data, não lhe dei muita importância, quero com isto
dizer, que não reflecti.
Mas há medida que o tempo vai passando, para além de compreender que
pode ser adaptada a diversos contextos, tem intrínseco um conceito muito
relevante.
Quando
ouvimos falar em mudança é algo que, na maioria das pessoas, é
absolutamente normal. Ok! Mudar de carro, mudar um móvel de lugar, mudar
uma peça de roupa. Tudo
coisas do dia a dia, perfeitamente vulgares. No entanto e bem vistas as
coisas, a mudança é externa, processa-se com algo que se baseia no TER e
não no SER. Por exemplo, podemos mudar de carro porque o novo
proporciona mais conforto. Mas será que não me irá
causar mais preocupações de compromisso para com o meu orçamento? Será
que para obter conforto me sinto confortável?
Foi
recentemente que, numa conversa informal, questionei uma pessoa do meu
círculo de amizade sobre o que estava a sentir sobre uma questão algo
semelhante. Ao incentivo
de aprofundar o sentimento subjacente e de eu lhe ter sugerido mudança
após a revelação da toxidade do mesmo, obtive a exclamação “mas isso é
muito difícil!”. Mas quem é que disse que era fácil?” questionei.
Aqui
chegados, podemos aferir que o grande desafio do bem-estar é SER maior
que o sofrimento, o desconforto que a mudança causa e não tanto a pura e
simples mudança em
si mesma. No entanto, nem tudo o que parece é!
É
nos “gânglios basais” que está alojada a informação que nos remete para
a execução dos nossos hábitos. Na maior parte de nós, já duram há anos e
é bem mais fácil responsabilizar
os outros pelos resultados menos positivos que obtemos do que os
colocarmos à nossa frente e os desafiarmos.
O
que faz um forcado à frente do touro? Nunca ouvi nem um dizer que não
tinha medo! O mesmo se passa com um alpinista, com um trapezista. O que
eles fazem é dar
relevância à superação.
Já repararam que na maior parte das vezes
é muito mais fácil, por exemplo, entretermo-nos a olhar
para os outros e zombarmos sobre uma determinada forma de vestir, sobre a
cor do cabelo que adopta ou até mesmo sobre um determinado
comportamento. Ai de quem nos disser que tivemos uma atitude
menos apropriada ou termos feito algo
mais bem feito! É bem mais fácil observarmos do que nos observarmos.
Crescer
dói!? Depende da perspectiva. Se, para cada um de nós, o processo de
mudança for tido como algo de baixas expectativas e estiver associado a
um prejuízo, muito
provavelmente será essa a percepção. Um fardo que se tem de suportar!
Agora se for acolhido como um benefício e algo que vai
proporcionar desenvolvimento, o caso MUDA de figura. O ânimo pode estar
ali ao virar da esquina.
Ah, mas é tão difícil, como a tal frase que me
pronunciaram. Não é ela mesma uma desculpa? Se fosse fácil não era
suficientemente motivadora; como é difícil é preferível mantermo-nos na
zona de conforto.
Focalize-se no que TEM e não no que lhe falta!
Focalize-se no que TEM e não no que lhe falta!
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