Ilustre
economista e sociólogo do século XIX encontrou confirmação para o
seguinte: 80% da riqueza italiana estava concentrada em somente 20% da
população. Que cenário tão diferente hoje em dia!!
Com
o andar dos anos e através da experiência adquirida em diversas áreas
das ciências em que Pareto se tornou mestre, este rácio inicial teve
aplicação e confirmou-se
como adequado em muitos e diversos cenários e âmbitos.
E
o que tem este axioma a ver com o nosso dia a dia? A economia
comportamental induz-nos a escolher a via mais fácil e rápida para
atingir o que desejamos. Não, não é
por uma questão de preguiça. É que o organismo está inclinado a
“trabalhar” para despender o mínimo de energia possível para alcançar o
que se propõe. É também uma estratégia de sobrevivência humana. Por que
razão fará sentido gastar recursos que muito provavelmente
irão ser necessários futuramente? É um género de troika interna!
Assim,
dos resultados que obtemos, uma significativa percentagem deles tem
origem em atitudes de cariz automático apesar de serem atingidos com uma reduzida percentagem
dos atributos e possibilidades
que temos ao nosso alcance. Importa aqui também aferir que a
importância dos hábitos adquiridos é tal (em nome da redução do esforço)
que uma fatia relevante das pessoas não dá a devida atenção à
necessidade imperiosa de preservar o bem-estar físico e psicológico.
Isto fruto de um sem numero de atitudes robotizadas para as quais
contribuíram decisivamente a herança genética e o meio ambiente
envolvente. Desde muito cedo nos foram incutidos modelos de actuação que
acabaram por se tornar padrões comportamentais. Na rotina
diária podemos ter diversos exemplos básicos que, com o crescimento, se
vão repercutir como forma de estar para as mais diversas situações.
Recordem-se das experiências relacionadas com os hábitos alimentares,
com os hábitos de exercício, com os hábitos de
leitura, com os hábitos de higiene, com os hábitos de lazer. É que o
cérebro tem uma base de dados que dá pelo nome de gânglios basais que
registam tudo. São uma espécie de big brother interno. Após executado o registo, tudo se processa com base nas directrizes antes praticadas e tidas como boas. Mudar estas "impressões" é, na maioria dos casos, viável, mas bem difícil. O querer é nuclear!
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A
adopção de um hábito terá, entre várias pretensões, o objectivo de
mecanizar um determinado tipo de comportamento para que a sua repetida
execução permita uma significativa
poupança de energia, de modo a que esta possa ser utilizada para outras
necessidades ou interesses. No início há um estímulo, uma “dica” que se
nos revela atraente e que, consequentemente, terá consequências,
resultados que se esperam positivos. Todos nós
ansiamos por recompensas, gratificações! Mas é sempre isto que obtemos
quando praticamos as rotinas adquiridas? Ora reflicta um pouco sobre o
seu dia a dia!
A
força de vontade é um músculo que podemos accionar quando o
pretendermos. Assim o queiramos. Para ler um livro, para fazer exercício
físico, para nos dedicarmos a uma
actividade que nos motiva. Mas atenção! Não confundamos o hábito da
auto-disciplina que faz desenvolver o músculo da força de vontade com a
auto-motivação. Esta é integrada pela energia que nos impele à acção. Há
influências intrínsecas e extrínsecas, mas
devemos conhecê-las e compreende-las. Porquê? Só assim podemos orientar
os objectivos pessoais para os nossos desejos. Como se de uma bússola
se tratasse.
Não
se esqueça que a mudança é permanente e considere-a como uma
inevitabilidade e uma oportunidade de testar os seus limites. Crescer
dói!
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