Foi durante
esta semana que me ocorreu escrever este texto depois de ter programado uma
máquina de exercício para 28 minutos. Habitualmente aquele tipo de prática
faço-a durante 20 minutos, mas, por distracção, acabei por registar mais 8
minutos. Quando me apercebo, desde logo comecei a maquinar sobre como iria
cumprir o que habitualmente é cumprido. Mas, quase como sem dar por isso, dava
comigo a criar uma ilusão. Mesmo assumindo que pararia a actividade quando
faltassem 8 minutos, foi com insistência que desisti de pensar que programar os
28 minutos e parar o exercício aos 8 não fazia diferença da prática
normal.
Imagine que pensou durante o
fim-de-semana que na próxima segunda-feira, 1º dia útil, iria praticar a sua
actividade física predilecta. Tal como vem acontecendo ao longo dos últimos
anos, este ritual já faz parte de uma prática que se tornou inconsciente. Nem
sempre é fácil, pois há dias em que a motivação parece ter desaparecido,
mas o nosso querer aliado à força de vontade, desbloqueia a situação.
Mas nem todos já atingiram este patamar. Há
pessoas que pelos mais variados (des)motivos se deixam envolver por uma espiral
continuada de pensamentos sem consequências activas. Parece que não conseguem
ultrapassar o km zero!
Na maior parte dos casos, estamos perante uma
questão de auto-disciplina por se tratar de alcançar objectivos pessoais e em
que a avaliação e satisfação dos resultados obtidos são estabelecidas pelo
próprio. Nesta perspectiva, é bastante relevante o estado psicológico do
indivíduo bem como a atenção dedicada a estratégias motivacionais no alcance
das metas a atingir. No imediato e, de uma forma inconsciente, o ser humano tende
para a inércia no sentido de não despender energias desnecessariamente e obter
prazer no mais curto espaço de tempo possível. Há que percepcionar os objectivos traçados num quadro evolucionista
em que o esforço dispendido se torna directamente proporcional às emoções
positivas pós-exercício. A zona de conforto vai alargando os seus limites e, de
uma forma progressiva, vamo-nos sentindo mais capazes!
É através da formatação e processamento de imagens que o
cérebro humano mapeia o meio ambiente envolvente. Com base na reactivação de
experiências anteriores, a memória apresenta-nos os diversos cenários pelos
quais já passámos relembrando contornos, intensidade, cor, profundidade,
dimensões e impacto emocional. São estas mesmas variáveis que se revelam
fundamentais quando confrontados com alguma “novidade”. Já há alguma informação
que permita ao cérebro algum termo de comparação? Se não, essa nova experiência
pode revelar-se assustadora. Mas pode haver sempre outra opção! A de dar entrada em campo o desejo pessoal de superação e de
activação e ligação das diversas áreas cerebrais que permitem que os neurónios
sejam aliados nesse interesse de romper limites. É utilizando este mesmo tipo
de recursos que o ser humano se permite manipular, imaginar e criar novos
horizontes e dimensões sensoriais.
É normal que entre os primeiros 3 a 6 meses de
prática de exercício físico haja como que uma tentativa de desgaste, desinteresse,
abandono, pois é esta a média estatística que os estudos abonam. No
entanto, às expectativas deverão adequar-se os resultados pretendidos que se
deverão sobrepor a um qualquer sentimento de incapacidade ou frustração. Dê
prioridade à sua estratégia de mudança através dos seguintes passos:
Ø
Quais os objectivos a atingir?
Ø
Que recursos necessito?
Ø
Quais os benefícios a retirar?
Ø
O que me motiva?
Ø
Planificação da acção para alcançar resultados;
Ø
Avaliação periódica de resultados;
Ouça música revitalizante, visualize
referências pessoais, parafraseie mantras que a/o incentivem, idealize
paisagens, concretize cenários, mas faça com que a sua
mente transforme o seu corpo numa fonte de prazer em vez de um fastidioso
cansaço diário. Aquilo que, de início, pode parecer uma luta interna
tornar-se-á num saudável hábito de coabitação mens sana in corpore sano.
Não é o dia a dia uma permanente combinação de
utilização dos nossos atributos físicos com espaçadas contribuições da nossa
experiência cognitiva? Se assim for, de uma forma inconsciente estamos
sistematicamente a praticar actividade física que, na maioria dos casos, nos é
“imposta”. Em nome do interesse pessoal dediquemos
ao bem-estar pelo menos 1 simples hora num período de 24, numa versão una e
coesa de simbiose corpo/mente. E depois? Depois! É um não mais querer
parar….. a criação de um hábito através
da repetição sistemática irá patrocinar o que o organismo pede. Se sentir
satisfação e relaxamento, apesar do inerente cansaço, porque não dar
continuidade a uma actividade que nos integra e dá prazer?
Não
se iluda, crescer dói! No pain, no gain. As
amarras existem para serem quebradas.
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