domingo, maio 13, 2012

Será o sentimento de pertença?


Estalou mais uma polémica com a última capa da revista "Time"! Uma mãe a amamentar o seu filho de 3 anos.
Há quem esteja de acordo e quem não esteja. Aliás, como é salutar que aconteça. Mas não será esta foto uma imagem de marca dos finais do século passado e do ínício deste?
Qualquer mãe, na tentativa de demonstrar, o seu incondicional amor protege a sua cria (por vezes nem reparamos que é a génese da palavra criança) para que esta não se exponha ou não seja afectada pelas intempéries exteriores. Agora, uma provocação pessoal. Ou é uma maneira de esconder as vicissitudes interiores (quer pessoais, quer do ambiente onde vivem)?
Inconscientemente, ela sabe que o seu rebento, mais tarde ou mais cedo e apesar de muito lhe custar, terá de ir para a escola, terá de se haver com os colegas, terá de "sobreviver" às exigências dos professores, enfim terá de se defrontar com o meio ambiente. Então, se ela acabar por adiar o processo de sofrimento não será uma forma de demonstrar o seu ilimitado desejo de prolongar a ligação umbilical que, em tempo próprio, foi cortada e assim construir uma relação de eterno amor maternal? São estas as bases em que está construída a educação permissiva a que hoje temos o privilégio de assistir e cujos resultados se começam a vislumbrar. Tal como a foto nos demonstra, o representante no fulgor da sua 1ª infância acomoda-se, adapta-se às condições e a mãe tenta, a todo o custo, que o esforço e o empenho sejam totalmente suportados por ela, evitando assim que a energia do labor seja conhecida pelo jovem cidadão de 3 anos. Como acontecerá em muitos casos, também ela não sabe que a personalidade da criança estará formatada aos 5 anos e que, este acto complementado com outros da mesma índole, será a pedra de toque para que o processo de aprendizagem se torne mais lento e, em muitos casos, bem mais difícil do que se, porventura, a verdadeira experiência de vida se tivesse iniciado mais cedo. 
Por natureza a criança é curiosa e quer mexer, explorar. Faz parte! Não há, na maior parte dos casos, a noção de perigo. Ela procura saber o que tem de fazer para alcançar determinado objectivo que para o caso é indiferente. Se a alimentação é um acto básico de sobrevivência, para o qual não está preparado, o que se passará no resto das situações? Brincar com os outros meninos, inter relacionar-se com os adultos, divertir-se sozinho...
Muito provavelmente a tentação de superproteger também irá ter reflexos na interiorização de medos que o poderão acompanhar na 2ª infância e prolongar-se na vida sem que muitas vezes percebamos determinados factos para os quais temos o dedo imediatamente apontado. 
Numa percentagem muito elevada, o sentimento de posse é-nos mais vezes prejudicial do que benéfico. E em relação aos outros?              

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