Estalou
mais uma polémica com a última capa da revista "Time"! Uma mãe a amamentar o
seu filho de 3 anos.
Há quem
esteja de acordo e quem não esteja. Aliás, como é salutar que aconteça. Mas
não será esta foto uma imagem de marca dos finais do século passado e do
ínício deste?
Qualquer mãe, na tentativa de demonstrar, o seu incondicional amor
protege a sua cria (por vezes nem reparamos que é a génese da palavra criança)
para que esta não se exponha ou não seja afectada pelas intempéries
exteriores. Agora, uma provocação pessoal. Ou é uma maneira de
esconder as vicissitudes interiores (quer pessoais, quer do ambiente onde
vivem)?
Inconscientemente, ela sabe que o seu rebento, mais tarde ou mais
cedo e apesar de muito lhe custar, terá de ir para a escola, terá de se haver
com os colegas, terá de "sobreviver" às exigências dos professores, enfim
terá de se defrontar com o meio ambiente. Então, se ela acabar por adiar o
processo de sofrimento não será uma forma de demonstrar o seu ilimitado desejo
de prolongar a ligação umbilical que, em tempo próprio, foi cortada e assim
construir uma relação de eterno amor maternal? São estas as bases em que está
construída a educação permissiva a que hoje temos o privilégio de assistir
e cujos resultados se começam a vislumbrar. Tal como a foto nos demonstra, o
representante no fulgor da sua 1ª infância acomoda-se, adapta-se às condições
e a mãe tenta, a todo o custo, que o esforço e o empenho sejam totalmente
suportados por ela, evitando assim que a energia do labor seja conhecida pelo
jovem cidadão de 3 anos. Como acontecerá em muitos casos, também ela não sabe
que a personalidade da criança estará formatada aos 5 anos e que, este acto
complementado com outros da mesma índole, será a pedra de toque para que o
processo de aprendizagem se torne mais lento e, em muitos casos, bem mais
difícil do que se, porventura, a verdadeira experiência de vida se tivesse
iniciado mais cedo.
Por
natureza a criança é curiosa e quer mexer, explorar. Faz parte! Não há, na maior
parte dos casos, a noção de perigo. Ela procura saber o que tem de
fazer para alcançar determinado objectivo que para o caso é
indiferente. Se a alimentação é um acto básico de sobrevivência, para
o qual não está preparado, o que se passará no resto das situações? Brincar
com os outros meninos, inter relacionar-se com os adultos, divertir-se
sozinho...
Muito
provavelmente a tentação de superproteger também irá ter reflexos na
interiorização de medos que o poderão acompanhar na 2ª infância e prolongar-se
na vida sem que muitas vezes percebamos determinados factos para os
quais temos o dedo imediatamente apontado.
Numa percentagem muito elevada, o sentimento de
posse é-nos mais vezes prejudicial do que benéfico. E em relação aos
outros?
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